|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PMDB deve formar base
do governo, diz senador
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ex-presidente do PDS, legenda
que sucedeu o partido de sustentação do governo militar (Arena),
o senador e ex-presidente da República José Sarney (AP) sempre
teve dificuldades de aceitação no
PMDB.
Ainda hoje ele é rejeitado por figuras históricas da sigla, como o
governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, que não se cansa
de repetir a quem quiser ouvir
que "Sarney não é PMDB".
A vitória do petista Luiz Inácio
Lula da Silva na eleição presidencial não mudou esse sentimento,
mas deu a José Sarney, que o
apoiou, força para se impor ao
partido como candidato único a
mais um mandato na presidência
do Senado, cargo que já ocupou
de 1995 a 1997.
É na condição de principal interlocutor do partido com o governo que ele pretende consolidar
uma liderança sempre contestada
na legenda.
Folha - O PMDB vai integrar a base de sustentação política do governo Lula?
José Sarney - O que há é um problema de nuance. Todos nós estamos de acordo que o PMDB deve
apoiar o governo Luiz Inácio Lula
da Silva, o programa de governo e
as reformas.
Há um outro segmento, do qual
eu participo -e acho que hoje é
um sentimento geral- de que
nós devemos aprofundar esse
apoio, de modo que o PMDB possa estar mais integrado no governo e possa ser um dos partidos de
sustentação do governo.
Folha - O governo pode contar
com todos os votos do partido?
Sarney - O meu desejo o de que
nós tenhamos realmente a unidade em torno dessa decisão. Mas
nós estamos diante de um partido
político que tem uma tradição de
democracia interna. Unidade não
significa unanimidade.
Folha - É o candidato do governo
à presidência do Senado?
Sarney - Na realidade, o governo
manifestou simpatia, ao longo de
todo o processo, por meu nome.
Esse é um fato absolutamente natural, uma vez que eu tinha participado da campanha eleitoral e
apoiei o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva e estou disposto a
apoiar o seu programa de governo, nele acredito.
Portanto, eu acho que era uma
decorrência natural.
Folha - O que levou o PMDB a esse
acordo?
Sarney - O que levou ao acordo
foi o desejo de todos nós de encontrar uma fórmula de unidade
do PMDB, sabendo que, com essa
unidade, nós estamos servindo ao
processo político brasileiro e ao
Senado Federal.
Texto Anterior: Congresso: PMDB indica Sarney para presidir Senado Próximo Texto: Frase Índice
|