UOL

São Paulo, sábado, 25 de janeiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PMDB deve formar base do governo, diz senador

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ex-presidente do PDS, legenda que sucedeu o partido de sustentação do governo militar (Arena), o senador e ex-presidente da República José Sarney (AP) sempre teve dificuldades de aceitação no PMDB.
Ainda hoje ele é rejeitado por figuras históricas da sigla, como o governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, que não se cansa de repetir a quem quiser ouvir que "Sarney não é PMDB".
A vitória do petista Luiz Inácio Lula da Silva na eleição presidencial não mudou esse sentimento, mas deu a José Sarney, que o apoiou, força para se impor ao partido como candidato único a mais um mandato na presidência do Senado, cargo que já ocupou de 1995 a 1997.
É na condição de principal interlocutor do partido com o governo que ele pretende consolidar uma liderança sempre contestada na legenda.

Folha - O PMDB vai integrar a base de sustentação política do governo Lula?
José Sarney -
O que há é um problema de nuance. Todos nós estamos de acordo que o PMDB deve apoiar o governo Luiz Inácio Lula da Silva, o programa de governo e as reformas.
Há um outro segmento, do qual eu participo -e acho que hoje é um sentimento geral- de que nós devemos aprofundar esse apoio, de modo que o PMDB possa estar mais integrado no governo e possa ser um dos partidos de sustentação do governo.

Folha - O governo pode contar com todos os votos do partido?
Sarney -
O meu desejo o de que nós tenhamos realmente a unidade em torno dessa decisão. Mas nós estamos diante de um partido político que tem uma tradição de democracia interna. Unidade não significa unanimidade.

Folha - É o candidato do governo à presidência do Senado?
Sarney -
Na realidade, o governo manifestou simpatia, ao longo de todo o processo, por meu nome. Esse é um fato absolutamente natural, uma vez que eu tinha participado da campanha eleitoral e apoiei o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e estou disposto a apoiar o seu programa de governo, nele acredito.
Portanto, eu acho que era uma decorrência natural.

Folha - O que levou o PMDB a esse acordo?
Sarney -
O que levou ao acordo foi o desejo de todos nós de encontrar uma fórmula de unidade do PMDB, sabendo que, com essa unidade, nós estamos servindo ao processo político brasileiro e ao Senado Federal.


Texto Anterior: Congresso: PMDB indica Sarney para presidir Senado
Próximo Texto: Frase
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.