São Paulo, quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

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"MENSALÃO"/ O MARQUETEIRO

Parlamentares querem acesso a dados sobre movimentações financeiras de Duda Mendonça

Bastos ajuda CPI a marcar reunião em Nova York

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DO PAINEL

Em acordo costurado pelo ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, a Promotoria de Nova York está disposta a receber os representantes da CPI dos Correios que planejam ir aos Estados Unidos em busca de informações sobre as movimentações financeiras do marqueteiro Duda Mendonça no exterior.
A informação foi transmitida ao ministro pelas autoridades norte-americanas. Bastos, em parceria com o presidente da CPI, Delcídio Amaral (PT-MS), explicou aos promotores a importância do caso para a conclusão das investigações e afirmou que os dados, caso eles sejam liberados, serão utilizados apenas na elaboração do relatório final de Osmar Serraglio (PMDB-PR).
O maior temor da CPI, já em ritmo de reta final, é ver sua missão aos EUA dar com a cara na porta da Promotoria, o que marcaria de maneira negativa o fim das investigações do "caso Duda". Com a ajuda do governo brasileiro, os parlamentares esperam agora ser recebidos pelo procurador-chefe do Estado de Nova York, Robert Morgenthau.
A missão parlamentar deverá ser integrada pelos deputados Maurício Rands (PT-PE), Eduardo Paes (PSDB-RJ) e Serraglio. A idéia do comando da comissão é viajar aos EUA até meados do próximo mês, já que a CPI espera concluir seus trabalhos até abril.

Pressão
Nos últimos dias, a CPI dos Correios aumentou a pressão sobre o Ministério da Justiça, que detém os dados da conta Dusseldorf do ex-marqueteiro do presidente. O ministério, no entanto, diz que não pode repassá-los à comissão por conta de um acordo com as autoridades norte-americanas.
Segundo o ministério, os promotores norte-americanos temem que, a exemplo do que ocorreu com a CPI do Banestado, encerrada sem a aprovação de um relatório final, os dados sigilosos "vazem" para a imprensa ou sejam usados em chantagens com envolvidos na apuração.
Mas uma ala da oposição ao governo na CPI duvida das boas intenções do Executivo de auxiliar na investigação do marqueteiro das campanha de Lula.


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