São Paulo, quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Trem da alegria

A criação de uma estatal para cuidar do trem-bala Rio-São Paulo, um dos mais vistosos projetos do PAC, tornou-se objeto de disputa na base do governo. O PR questiona a necessidade da nova empresa e pressiona para que a obra, orçada em R$ 11 bilhões e com conclusão prevista para 2014, fique a cargo da Valec, que supervisiona o sistema ferroviário e está nas mãos do partido. "Criar outra estrutura para quê?", pergunta o líder na Câmara, Sandro Mabel (GO).
Já o PT não apenas defende a nova estatal como reivindica seu comando. A sigla alega que ela seria enxuta e responsável por assegurar a transferência de tecnologia dos investidores estrangeiros.



Na mira. Ao fincar pé na discussão sobre o trem-bala, Sandro Mabel se arrisca a arranjar nova encrenca com José Serra. O tucano, que como governador de São Paulo tem interesse direto no projeto, é o adversário número um do relatório de reforma tributária do deputado do PR.

Lacuna. Embora tenha voltado a constatar, em reunião com ministros, o andamento insatisfatório de alguns programas sociais, Lula não vê como concretizar no curto prazo a ideia de instituir um coordenador para a área. A dificuldade é básica: falta um nome com perfil adequado.

Passarinho. Quem convive com Dilma Rousseff diz que nunca a viu tão feliz. Ela teria ultrapassado o ponto de encarar a candidatura como tarefa. Está à vontade com a atenção recebida e entusiasmada pelo contato com o público.

Alcance. Mais do que o crescimento, modesto porém visível, dos números de Dilma nas pesquisas, o Planalto comemora a distribuição mais homogênea da intenção de voto na ministra da Casa Civil a cada levantamento.

Bem-me-quer. Eduardo Suplicy (PT-SP) circula feliz com o resultado de uma minienquete sobre seu futuro eleitoral. De 70 pessoas consultadas, 56 querem que o senador dispute cargo em 2010 -44 a governador, 12 a presidente. Suplicy, que tem mandato até 2014, diz que ainda "avalia as possibilidades".

Beiço. O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP) convidou todas as centrais sindicais para um ato em frente à fábrica da Embraer na sexta-feira, em protesto contra as 4.200 demissões anunciadas. Até ontem, apenas a CUT não havia confirmado presença.

Rixa. A CUT quer rachar o sindicato dos metalúrgicos, ligado ao PSTU, e criar uma nova entidade somente para os trabalhadores do setor aéreo. A atual perderia metade de sua base e representaria apenas o setor automotivo. A disputa está na Justiça.

Currículo. Eduardo Henrique Garcia, apoiado pela cúpula do PMDB para ser o novo presidente do fundo Real Grandeza, de Furnas, é especialista numa área em nada relacionada ao setor elétrico. Tem trabalhos publicados sobre combate à fome.

Casa maluca. A Anac abriu licitação para comprar 117 espelhos "com acabamento lapidado" para seu escritório no Rio. Mais um passo para transferir a sede do órgão, hoje em Brasília, como quer a presidente, Solange Vieira.

Porta fechada. O deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC), que foi a Roma com o propósito declarado de encontrar autoridades italianas para manifestar solidariedade no caso Cesare Battisti, acabou falando apenas com um membro de comissão do Parlamento. Volta ao Brasil no final da semana.

Sem surpresas. Roberto Jefferson antecipou para o mês que vem a convenção nacional do PTB. Sua permanência na presidência do partido é dada como certa.

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"O MST ataca o governo de São Paulo para poupar o Incra, já que tem grande capilaridade na estrutura do órgão."

Do deputado DUARTE NOGUEIRA (PSDB-SP), sobre a onda de invasões de terra do MST no Pontal do Paranapanema no Carnaval.

Contraponto
Benjamin Button

Em sessão do Congresso no ano passado em homenagem ao Banco do Brasil, o veterano Epitácio Cafeteira (PTB-MA) exaltava seu laço histórico com a instituição.
-As pessoas se assombram com a inscrição "funcionário desde 1934" no meu talão de cheques. Mas eu não reclamo. Tenho orgulho de ser o senador menos jovem desta Casa- disse Cafeteira do alto de seus 84 anos.
O plenário caiu na gargalhada. No comando da sessão, o então presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), completou:
-Eu diria que o senhor é, entre nós, o que o mais acumulou juventude. E a cada dia acumula mais!


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