DA SUCURSAL DO RIO

O fiscal Rodrigo Silveirinha Corrêa, ex-subsecretário de Administração Tributária na gestão do ex-governador Anthony Garotinho (PSB-RJ), foi indiciado ontem pela Polícia Federal sob as acusações de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e sonegação fiscal.
Silveirinha, mais quatro fiscais estaduais e seis auditores federais são investigados por supostamente terem feito remessas ilegais para a Suíça de um total de US$ 33,4 milhões. O ex-subsecretário é o primeiro indiciado no inquérito da PF, que apura se houve crime contra o sistema financeiro nacional.
Silveirinha depôs durante seis horas na Delecoie (Delegacia de Combate ao Crime Organizado e Inquéritos Especiais). Negou possuir US$ 8,9 milhões no Discount Bank and Trust Company -como informa o Ministério Público da Suíça num relatório enviado ao Ministério Público Federal.
O fiscal não soube explicar como números de seus documentos e nomes de seus filhos constam das informações do relatório suíço. Disse que nunca deu informações sobre o dinheiro a autoridades ou bancos da Suíça. O relatório afirma que Silveirinha e os demais, ao dar esclarecimentos sobre o dinheiro, disseram que ele resultara de consultorias pagas em dinheiro e sem recibo.
O fiscal disse que não abre mão do sigilo sobre eventuais informações bancárias existentes sobre ele naquele país. E, apesar de negar que o dinheiro seja seu, disse que não abre mão dele.
O indiciamento é baseado nas informações sobre a existência da conta e em dados sobre a movimentação bancária dos fiscais no Brasil. Se condenado por lavagem de dinheiro, evasão fiscal e sonegação de divisas, Silveirinha pode ter pena de dois a 12 anos de prisão.
O advogado do fiscal, Clóvis Sahione, disse considerar o indiciamento precipitado. (FERNANDA DA ESCÓSSIA)


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