São Paulo, sábado, 25 de março de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Tucano quer que Coaf investigue Okamotto

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), quer que o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) abra um procedimento administrativo para identificar se houve ou não crime de lavagem de dinheiro envolvendo o pagamento feito por Paulo Okamotto de uma dívida de R$ 29,4 mil do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o PT.
Amigo de Lula, Okamotto é presidente do Sebrae. O pagamento da dívida é um dos alvos de investigação da CPI dos Bingos.
"Se o Coaf pode investigar o caseiro Francenildo por R$ 25 mil, não vai se recusar a investigar o presidente do Sebrae, tenho certeza", disse Arthur Virgílio ao justificar o seu pedido no Senado.
Vítima de violação de sigilo bancário, o caseiro Francenildo Costa passou a ser investigado sob suspeita de lavagem de dinheiro. Ele ganha R$ 700 mensais. Entre janeiro e março deste ano, recebeu depósitos que somam cerca de R$ 25 mil. O caseiro diz que o dinheiro foi repassado pelo empresário Eurípedes Soares, que seria seu pai biológico, mas que não assumiu a paternidade.
A investigação envolvendo Francenildo foi aberta pela PF a pedido do Coaf, órgão subordinado à Fazenda. O caseiro teve seu sigilo bancário violado após depor à CPI dos Bingos e ter dito que o ministro Antonio Palocci freqüentava uma casa alugada em Brasília por ex-assessor da prefeitura de Ribeirão. O ministro nega.
O senador Arthur Virgílio requereu à Mesa do Senado que solicite a abertura de procedimento ao Coaf para investigar Okamotto. O requerimento foi encaminhado à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que tem 30 dias para deferir o pedido ou não.
O Coaf, porém, já registrou "operações atípicas" no valor de R$ 93 mil em nome de Okamotto. O relatório, encaminhado à CPI em dezembro, não identifica indícios de lavagem de dinheiro e se limita a informar movimentações em uma conta dele no período de dois anos (maio de 2002 a maio de 2004). A Folha tentou falar com a assessoria de imprensa de Okamotto, mas não obteve resposta até o fechamento da edição.


Texto Anterior: Escândalo do "mensalão"/Palocci em apuros: Palocci admite falta de condições para ficar
Próximo Texto: PT fala em "vazamento" e se compara à oposição
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.