São Paulo, sábado, 25 de março de 2006

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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA

Cesar Maia abre mão de candidatura, mas sinaliza que seu partido terá candidato próprio no Rio; Alckmin afirma que apoio é decisivo

PFL adere a Alckmin, mas ainda discute alianças regionais

CHICO DE GOIS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, recebeu ontem a adesão do PFL à sua candidatura. O anúncio da aliança, em nível nacional, coube ao prefeito do Rio, Cesar Maia, que desistiu de disputar as eleições para presidente. Maia informou que não será candidato a governador no Rio, como sugeriu Alckmin.
Antes de conversar com o governador, Maia falou com o presidente nacional do PFL, Jorge Bornhausen, a quem comunicou sua decisão. O informe agradou ao tucano que, anteontem, chegou a falar em vitória já no primeiro turno com o apoio do PFL.
Com o gesto de Maia favorável às pretensões de Alckmin, o governador paulista não se opôs à intenção do prefeito do PFL de lançar candidato próprio ao governo do Estado. Maia expressou ao tucano que apoiará o deputado estadual Eider Dantas. O PSDB deverá ter outro candidato, mas, segundo o prefeito, isso não atrapalhará o apoio a Alckmin.
Resolvido o imbróglio do Rio, o PSDB agora tem de desfazer nós em outros nove estados, onde PFL e PSDB têm dificuldade para se entender. Essa tarefa, adiantou Alckmin, será executada pelos presidentes das legendas, Tasso Jereissati (PSDB) e Bornhausen.
"A conversa é sempre partidária. Os presidentes Tasso e Bornhausen vão conversar." Alckmin resistiu a declarar que o apoio de Maia, o qual classificou de "decisivo e importante", significasse a sagração da aliança nacional entre as duas legendas.
Novamente, foi Maia quem tomou a iniciativa de divulgar o acerto. "O PFL está incorporado e entusiasmado com a candidatura de Alckmin em todos os Estados", declarou. "Agora, se esse entusiasmo vai se dar numa chapa de composição regional ou com dois candidatos, o que provavelmente vai acontecer no Rio, isso é uma questão completamente diferente do apoio à candidatura nacional."
Para Maia, "não há nenhum tipo de problema regional que obstrua o entusiasmo de nenhuma seção do PFL em torno da candidatura de Alckmin". O prefeito concordou com a avaliação do pré-candidato tucano de que a campanha será plebiscitária e sugeriu tentar "desconstruir" a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Ou se ganha ou se perde no primeiro turno. Por isso minha opinião é que a campanha tem de ser mais agressiva." Alckmin disse que "isso é a própria campanha que vai encaminhar".
Questionado por um repórter sobre sua predileção pública pelo prefeito paulistano José Serra como candidato do PSDB, Maia valeu-se de um exemplo para expressar que, de agora em diante, será Alckmin. "Você, antes de casar, teve namoradas?", perguntou o prefeito ao repórter. "E, depois que você casou, ficou pensando se a namorada que teve era melhor do que sua atual esposa? É o meu caso. Estou casado. Se tive outras namoradas, isso passou. Tive entusiasmo, mas agora vamos em frente com a família."

Críticas
Alckmin criticou ontem o governo federal pelas investigações que estão sendo conduzidas contra o caseiro Francenildo Santos Costa, que acusa o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, de freqüentar a "casa do lobby", em Brasília. Palocci nega.
"Isso é uma barbaridade. Na realidade, você tem uma violação do sigilo bancário, o que é uma coisa gravíssima, e a vítima passa a ser o investigado", afirmou.
"É inacreditável o que estamos vivendo, o que mostra o perfil autoritário de quem não tem compromissos com valores e princípios que devem nortear a vida democrática", declarou o tucano.


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