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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Cesar Maia abre mão de candidatura, mas sinaliza que seu partido
terá candidato próprio no Rio; Alckmin afirma que apoio é decisivo
PFL adere a Alckmin, mas ainda discute alianças regionais
CHICO DE GOIS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
O pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, recebeu ontem a adesão do PFL à sua
candidatura. O anúncio da aliança, em nível nacional, coube ao
prefeito do Rio, Cesar Maia, que
desistiu de disputar as eleições para presidente. Maia informou que
não será candidato a governador
no Rio, como sugeriu Alckmin.
Antes de conversar com o governador, Maia falou com o presidente nacional do PFL, Jorge Bornhausen, a quem comunicou sua
decisão. O informe agradou ao tucano que, anteontem, chegou a falar em vitória já no primeiro turno com o apoio do PFL.
Com o gesto de Maia favorável
às pretensões de Alckmin, o governador paulista não se opôs à
intenção do prefeito do PFL de
lançar candidato próprio ao governo do Estado. Maia expressou
ao tucano que apoiará o deputado
estadual Eider Dantas. O PSDB
deverá ter outro candidato, mas,
segundo o prefeito, isso não atrapalhará o apoio a Alckmin.
Resolvido o imbróglio do Rio, o
PSDB agora tem de desfazer nós
em outros nove estados, onde
PFL e PSDB têm dificuldade para
se entender. Essa tarefa, adiantou
Alckmin, será executada pelos
presidentes das legendas, Tasso
Jereissati (PSDB) e Bornhausen.
"A conversa é sempre partidária. Os presidentes Tasso e Bornhausen vão conversar." Alckmin
resistiu a declarar que o apoio de
Maia, o qual classificou de "decisivo e importante", significasse a
sagração da aliança nacional entre
as duas legendas.
Novamente, foi Maia quem tomou a iniciativa de divulgar o
acerto. "O PFL está incorporado e
entusiasmado com a candidatura
de Alckmin em todos os Estados",
declarou. "Agora, se esse entusiasmo vai se dar numa chapa de
composição regional ou com dois
candidatos, o que provavelmente
vai acontecer no Rio, isso é uma
questão completamente diferente
do apoio à candidatura nacional."
Para Maia, "não há nenhum tipo de problema regional que obstrua o entusiasmo de nenhuma
seção do PFL em torno da candidatura de Alckmin". O prefeito
concordou com a avaliação do
pré-candidato tucano de que a
campanha será plebiscitária e sugeriu tentar "desconstruir" a imagem do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva.
"Ou se ganha ou se perde no
primeiro turno. Por isso minha
opinião é que a campanha tem de
ser mais agressiva." Alckmin disse que "isso é a própria campanha
que vai encaminhar".
Questionado por um repórter
sobre sua predileção pública pelo
prefeito paulistano José Serra como candidato do PSDB, Maia valeu-se de um exemplo para expressar que, de agora em diante,
será Alckmin. "Você, antes de casar, teve namoradas?", perguntou
o prefeito ao repórter. "E, depois
que você casou, ficou pensando se
a namorada que teve era melhor
do que sua atual esposa? É o meu
caso. Estou casado. Se tive outras
namoradas, isso passou. Tive entusiasmo, mas agora vamos em
frente com a família."
Críticas
Alckmin criticou ontem o governo federal pelas investigações
que estão sendo conduzidas contra o caseiro Francenildo Santos
Costa, que acusa o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, de freqüentar a "casa do lobby", em
Brasília. Palocci nega.
"Isso é uma barbaridade. Na
realidade, você tem uma violação
do sigilo bancário, o que é uma
coisa gravíssima, e a vítima passa
a ser o investigado", afirmou.
"É inacreditável o que estamos
vivendo, o que mostra o perfil autoritário de quem não tem compromissos com valores e princípios que devem nortear a vida democrática", declarou o tucano.
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