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ESTATAL
Assembléia-geral de acionistas aprova mudanças na empresa
Novo estatuto da Petrobrás
não prevê ajuda a fundo
CHICO SANTOS
da Sucursal do Rio
A assembléia geral de acionistas
da Petrobrás aprovou ontem o novo estatuto da empresa com várias
mudanças já anunciadas e uma
surpresa: a retirada do artigo que
assegurava a contribuição da empresa para a Petros, o fundo de
pensão do empregados da estatal.
Para Fernando Siqueira, diretor
da Aepet (Associação dos Engenheiros da Petrobrás), a mudança
abre espaços para uma futura decisão de acabar com a contribuição
da empresa.
Entre as mudanças esperadas, a
primeira é a nova composição do
Conselho de Administração da
empresa. Ele não será mais presidido pelo presidente-executivo da
estatal. O novo presidente é o ministro das Minas e Energia, Rodolpho Tourinho.
Também pelo novo estatuto, somente o presidente, entre os membros da diretoria-executiva, fará
parte do Conselho de Administração da empresa.
Antes, todos os diretores também eram conselheiros, e as reuniões do Conselho de Administração serviam apenas para ratificar
as decisões da diretoria-executiva.
Até o início da noite de ontem, o
único nome conhecido da diretoria-executiva era o do seu presidente, Henri Philippe Reichstul.
Ele foi empossado ontem, no final
da tarde, no Rio de Janeiro.
O novo estatuto estabelece que
não será mais vedada a estrangeiros a compra de ações ordinárias
(com direito a voto) da Petrobrás.
A mudança era essencial para que
o governo desse continuidade ao
projeto de vender os 34% do capital votante da estatal que excedem
ao limite mínimo necessário à manutenção do controle pela União.
O estatuto também passa a permitir que um brasileiro naturalizado assuma a presidência-executiva
da empresa. A mudança permite
que Reichstul, nascido na França,
assuma o cargo.
A escolha de um representante
dos empregados da estatal para o
Conselho de Administração, conforme está prevista na sua nova
composição, não foi feita durante a
assembléia de ontem, tendo sido
marcada para uma próxima assembléia, ainda sem data.
O representante dos empregados
fará parte do conjunto de oito conselheiros indicados pela União.
Os outros sete membros indicados pelo governo são: Rodolpho
Tourinho; o secretário-executivo
do Ministério da Fazenda, Pedro
Parente; Henri Philippe Reichstul;
o empresário Jayme Rotstein; Gerald Heiss; o ex-ministro do Exército Zenildo Lucena; e o presidente
do BNDES, José Pio Borges.
A representante dos acionistas
minoritários é a presidente da CSN
(Companhia Siderúrgica Nacional), Maria Silvia Bastos Marques.
Seu nome foi indicado pelo governo e ratificado pela assembléia,
com os votos dos fundos de pensão
de empresas estatais e privadas.
A primeira reunião do novo conselho aconteceu após a assembléia
e não havia terminado até as 19h.
O voto majoritário da União impediu a intenção da Aepet de obter
o adiamento por 30 dias da assembléia, alegando que os currículos
dos novos conselheiros não eram
conhecidos publicamente.
Segundo um ex-membro da área
jurídica da Petrobrás ouvido pela
Folha, a supressão do artigo é um
precedente perigoso. Para os
atuais advogados da empresa, o
contrato de cada trabalhador já garante o benefício da contribuição
da empresa para a Petros.
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