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ENTREVISTA
Presidente diz que rejeitaria a medida, se aprovada pelo Congresso, e admite erro em sobrevalorização da moeda
FHC afirma que veta indexação salarial
VALDO CRUZ
Diretor-executivo da Sucursal de Brasília
ELIANE CANTANHÊDE
Diretora da Sucursal de Brasília
O presidente Fernando Henrique
Cardoso disse à Folha que não vai
admitir a volta da indexação da
economia. "No limite, eu veto. Eu
não vou deixar", afirmou, ao ser
questionado sobre a hipótese de o
Congresso aprovar a reindexação
dos salários.
FHC afirmou, porém, não acreditar que o Legislativo opte por esse caminho. Acredita ainda que
não há demanda dos trabalhadores pela volta da indexação: "Eles
sabem que não há política que proteja o salário da inflação".
Durante entrevista de uma hora e
dez minutos, FHC reconheceu que
o FMI estava estar certo ao defender uma desvalorização cambial
em 98, quando foi fechado o primeiro acordo com o organismo.
"Talvez naquele momento eles
tivessem mais razão do que nós",
admitiu o presidente. À pergunta
se achava que o Fundo tinha razão,
FHC respondeu secamente:
"Acho".
Ao ser lembrado de que o debate
sobre a reindexação dos salários
ganhou força depois que o acordo
com o FMI considerou uma inflação de 16,8% neste ano, FHC afirmou: "Não concordo com esse cenário, porque vai ser menos". Como também disse não concordar
com a queda de 3,5% a 4% do PIB.
Como palpite, diz que será menor.
O presidente não gostou de uma
pergunta sobre sua fama de "empurrar decisões com a barriga" e
demonstrou otimismo na entrevista: "Estamos saindo do buraco".
Descartou totalmente a possibilidade de privatizar a Petrobrás. A
seguir, trechos da entrevista.
Folha - O ex-presidente do Banco
Central Gustavo Franco disse que o
sr. abandonou a defesa do real,
que saiu do governo porque o sr.
patrocinou a desvalorização cambial e isso foi um erro. Por que o sr.
nunca respondeu?
Fernando Henrique Cardoso - Eu
não vou responder ao Gustavo
Franco, até porque ele não falou
assim tão diretamente. Ele se referiu ao governo... Em segundo lugar, eu sempre apoiei a política do
Banco Central.
Folha - E a polêmica sobre o adiamento na mudança do câmbio, as
críticas de que, por causa da eleição, o governo não fez a desvalorização em 98?
FHC - Comecei as conversas com
o Fundo no fim de setembro, início
de outubro, e foram terminadas já
no começo de novembro, quando
eu já tinha sido reeleito. Não tem
nada a ver com a questão eleitoral,
como o (Michel) Camdessus (diretor-gerente do FMI) mencionou.
Então, por que não se mudou a
política? Pelas mesmas razões anteriores. A área econômica considerava que teríamos condições,
havendo apoio grande dos países
mais ricos,
porque todo
mundo deu dinheiro, mais o
FMI, nós teríamos condições
de restabelecer
a confiança.
Folha - Tudo
isso não foi
uma racionalização do problema, para
que o sr. exercitasse sua decantada capacidade de empurrar
decisões difíceis com a barriga?
Não foi assim que a opinião pública entendeu?
FHC - Isso tudo não passa de preconceito. É mentira. Puramente
mentira.
Folha - Mas não é uma característica de seu governo tomar medidas necessárias na hora da crise e
depois relaxar quando as coisas
parecem melhorar?
FHC - Isso pode até ser possível,
mas não que seja eu. O que vocês
disseram é que eu empurro com a
barriga. Não. Eu não. Eu apoiei as
decisões.
Folha - Os ministros é que não estão seguindo exatamente a cartilha?
FHC - Não, não. Eles estão seguindo sim. Naquela ocasião, qual
era a idéia? Era a idéia de que, com
os recursos abundantes, nós teríamos condições de evitar o que viria
depois. Ninguém queria o que
aconteceu em janeiro.
Não é verdade que eu tenha empurrado com a barriga, não senhora. Isso é a maneira mais fácil de
explicar as coisas sem fazer trabalho de pesquisa, sem saber o que
houve mesmo.
O que houve mesmo é que nós
estávamos convencidos, e eu me
incluo nisso, de que com os apoios
seria possível retomar o rumo, como tinha sido retomado depois da
crise da Ásia. Eu mesmo me empenhei na obtenção desses apoios.
Mas não houve interferência minha, dizendo: empurra com a barriga, não toma decisão, faça isso,
não faça aquilo.
Folha - Mas a própria equipe econômica admite que não fez o ajuste fiscal como deveria ter feito.
FHC - Vamos voltar a isso depois...
Folha - E o Gustavo Franco acrescentou que a desvalorização só foi
feita, afinal, por pressão de "vozes
influentes". Quem foram elas?
FHC - "Vozes influentes" contra a
política dele houve o tempo todo,
desde o início. Por que só agora?
Folha - Nós devolvemos a pergunta: por que só agora as "vozes
influentes" tiveram êxito?
FHC - Porque depois do esforço
feito as reservas continuaram a
cair. Essa é a verdade. Eu não sou
pessoa de ser levada, não acredito
nessas teorias de expectativas a toda hora, nessa coisa de psicologia
social para explicar a economia.
Quando as pessoas não têm noção efetiva do processo econômico
inventam uma teoria psicológica:
"O presidente empurrou com a
barriga..." Tudo isso é besteira.
Folha - As "vozes influentes" do
Gustavo Franco também foram
uma teoria psicológica?
FHC - Eu acho, porque sempre há
vozes influentes, contra e a favor.
Mas há fatos que são mais pesados
do que as vozes. O fato determinante na mudança foi a continuidade da perda de reservas. Ou seja,
o não restabelecimento da confiança.
Folha - O Brasil pagou um enorme
preço com a política de juros altos,
mas ela não segurou os investidores.
FHC - Na verdade, a política que
foi seguida depois do acordo com
o FMI não foi exatamente a que o
Fundo preconizava, porque o Fundo sempre quis taxas de juros muito altas.
Folha - E a desvalorização, eles
defendiam uma desvalorização no
ano passado. Mas acabou cedendo
às pressões do próprio Gustavo
Franco, que era contra.
FHC - Cedeu porque cedeu, porque quis. Não é isso? Ele podia ter
exigido, mas ele também se convenceu, como eu, de que era viável.
Ele não cedeu porque simplesmente não tem força, até porque
ele tem força. Cedeu porque os argumentos eram plausíveis, na linha de que daria para sustentar.
Eles têm uma defesa: os pressupostos deles eram de que, para poder ser viável, as taxas de juros tinham de estar lá em cima. Só que a
grita contra as taxas de juros altas
era no Brasil
inteiro. Fiesp,
governadores,
parlamentares
e também a
equipe econômica.
A equipe, ou
pelo menos alguns deles, conheceu bem os
efeitos dos juros altos em 97.
Os efeitos sobre a economia
real.
Por isso, começou a haver uma
discussão no mundo sobre a validade dessa política do próprio
Fundo. Os economistas estão divididos. É no mundo todo, e aqui
eles também estão divididos.
O que prevaleceu foi uma diminuição das taxas de juros. Nós chegamos em dezembro com vinte e
qualquer coisa, com as taxas descendo.
Só que, no dia seguinte à aprovação do acordo pela direção do Fundo, o Congresso rejeitou o ajuste (a
contribuição dos inativos da Previdência).
Qual foi a leitura externa? Ah, o
Brasil pegou o dinheiro, está baixando as taxas de juros e não vai
fazer ajuste nenhum, porque o governo tinha de ganhar isso daí.
Folha - E aí acabou sendo obrigado a abandonar a defesa da moeda...
FHC - Mas isso o Gustavo sabe...
Não é abandono da moeda. No
meu modo de entender, é outra
coisa. Como continuou a haver
perda de reservas, o FMI, o Tesouro americano e, por consequência,
o sistema financeiro internacional,
começaram a nos olhar com certa
desconfiança: "Vocês não vão fazer
é nada...'
Aí eu disse: "Não dá mais". Não
dava mais para seguir naquela política, porque o pressuposto dela
tinha desaparecido, que era a
abundância de financiamento.
Foi isso que me fez mudar, não
essa história de "vozes influentes",
até porque elas sempre existiram.
Enquanto achei que havia coerência na política e condições materiais de executá-la, eu apoiei. Eu
não abandonei a moeda, a moeda é
que perdeu força.
Eu decidi isso com o (Pedro) Malan. Foi uma questão de cálculo.
Na avaliação do Gustavo, seria
possível recompor o fluxo de capitais. Eu achei que não seria. Essa
foi a discordância.
Folha -Qual a opinião do sr. sobre
as críticas do presidente do Congresso, senador Antonio Carlos
Magalhães, ao acordo com o FMI?
FHC - Olha, se eu estivesse no
Congresso diria isso também. Ninguém vai ao FMI porque gosta. Vai
porque é necessário.
Folha -Houve uma combinação
entre o sr. e o senador ACM antes
das críticas dele ao FMI?
FHC - Não, não houve. Apenas, e
é verdade, que ao dizer isso ele me
dá mais margem para negociar lá
fora: "Cuidado, não é tão simples
assim".
Folha -Então, a crítica dele ajuda
o sr.?
FHC - Não atrapalha...
Folha -E, de quebra, tira uma
bandeira do PT?
FHC - Eu não posso dizer isso,
porque afinal sou presidente da
República e estou negociando com
o FMI.
Mas há entrevistas minhas lá
atrás, muito antes de ser presidente, dizendo: "Vocês estão com preconceito contra o FMI, gente. O
FMI não é um bicho de sete cabeças, é um instrumento do mundo
contemporâneo, da economia capitalista". Eu fui um dos primeiros
de oposição a dizer isso.
E o que o Antonio Carlos disse
não foi uma crítica ao FMI, foi à ingerência interna. Eu também acho
que não tem que ter. A decisão de
corta aqui ou corta ali é nossa, não
é do FMI. O programa é nosso, não
é do FMI.
O que o FMI quis ver para dar a
certidão? Quis ver se o programa se
sustenta. E nós temos que ter um
programa que se sustente.
Folha -E quando há divergências
entre o Brasil e o FMI?
FHC - Nada disso quer dizer que
qualquer idéia do FMI tenha que
ser aceita por nós. Tanto não é que
no primeiro acordo, no ano passado, prevaleceu o nosso ponto de
vista, não o deles. Infelizmente, talvez naquele momento eles tivessem mais razão do que nós.
Folha -O sr. admite então que
eles tinham razão ao defender a
desvalorização?
FHC - Acho.
Folha -O sr. também admitiu que
Fiesp, governadores e parlamentares gritavam contra a política de
câmbio sobrevalorizado e juros altos. O sr. não acha que eles têm legitimidade para influenciar o governo? Que também devem ser ouvidos?
FHC - Mas eles têm que me convencer dos argumentos.
Folha -E o argumento de que os
juros estão acabando com a indústria nacional e, consequentemente, com os empregos? Não vale?
FHC - Isso não vale, porque a discussão real é outra. A questão é saber como você prejudica menos.
Se eu achasse que não haveria prejuízo com a flutuação, com o risco
de inflação, com recessão... Era ilusão imaginar que você mudaria
aquela política sem um período de
recessão. Era muito fácil desvalorizar o câmbio? Isso era ingênuo.
FHC - Os ministros José Serra
(Saúde), Paulo Renato (Educação)
e Bresser Pereira (à época da Administração) defendiam isso.
Também eram ingênuos?
FHC - Muita gente falava isso.
Muitos sabiam das consequências,
outros, não. Quantos industriais
achavam que bastava desvalorizar
o câmbio para baixar os juros? E
não é assim.
Folha -O sr. disse que "estamos
saindo do buraco", mas a primeira
página da Folha dá hoje (ontem)
uma taxa de desemprego de 18,7%
na Grande São Paulo, segundo o
Dieese.
FHC - Não joguem com esses dados. A Folha faz umas manchetes
que assustam. Talvez vendam jornal, mas...
Vocês sabem que 18,7% é a partir
de uma técnica que aplicada na
França, na Alemanha, na Argentina, vai dar uns 40% lá, gente. Vamos ser sérios. Vamos jogar com
dados comparados.
Folha -Mas os dados do IBGE
também estão subindo.
FHC - Estão subindo, não há dúvida, mas a pergunta é outra. Primeiro, já estava subindo desde o
ano passado. O desemprego é consequência da taxa de crescimento,
que diminui. E diminui porque você não tem financiamento e, portanto, a taxa de juros é muito elevada. Então, você tem que atacar essas questões, que é o que estamos
fazendo. Só que não se combate
desemprego de um dia para outro.
Folha - A desvalorização acabou
sendo feita no pior momento, as
reservas estavam caindo.
FHC - Não, não, as reservas estavam altíssimas.
Folha - Mas metade do que eram.
FHC - Mas a outra metade era flutuante. Nós fizemos a mudança
ainda com reservas ainda muito altas, o que vai permitir a mudança
que vai haver na economia brasileira, positiva.
O governo
não fez a flutuação. Aumentou a banda, e não teve
força para segurar. Continuo achando
que se pudesse
segurar, seria
melhor. Haveria menos desemprego.
Agora, eu tenho de jogar todas as minhas fichas, para que os lados benéficos
da mudança aconteçam o mais rápido possível. Estão acontecendo.
Primeiro, a inflação. No começo
parecia que nós entraríamos num
descalabro inflacionário, mas isso
não aconteceu, pelo menos até
agora. E o governo fará tudo para
que não aconteça. Eu não vou deixar indexar a economia.
Folha - Como o sr. vai fazer isso?
FHC - Ora, como você indexa a
economia?
Folha - Por lei.
FHC - Por lei. No limite, eu veto.
Eu não vou deixar.
Folha - O sr. não acha que o Congresso, diante da alta da inflação,
pode aprovar uma lei determinando a volta da indexação dos salários?
FHC - Eu não acredito que o Congresso faça. Mas se vier a fazê-lo,
eu veto.
Folha - E o Judiciário, ele não pode começar a dar reajustes salariais?
FHC - Não há demanda, por parte
dos trabalhadores, por indexação.
Por quê? Porque os trabalhadores
sabem, e os sindicatos também sabem, que eles perderam muito
com a inflação, que não há política
que proteja salário da inflação. O
Brasil aprendeu isso.
Folha - O sr. diz que veta a volta
da indexação. Mas o sr. não acha
justa alguma reposição de perdas
salariais?
FHC - Olha aqui, essa idéia de
perda é do passado também. Começa por aí para indexar. Primeiro
precisa tem que ver de quanto foi a
inflação até agora.
Folha -De 2%, 3%?
FHC - Então vamos parar de falar
dessa coisa. Porque, em 97, foi
10%, e ninguém falava de indexação, de perdas. Olhava para a frente.
Folha - Mas quem disparou essa
discussão não foi o governo, quando colocou no cenário com o FMI
que a inflação deste ano ficaria em
16,8%?
FHC - Sim, eu não concordo com
esse cenário, porque vai ser menos.
Folha - Então porque a equipe
econômica colocou isso?
FHC - Eu vou explicar. Porque
não se trata de uma meta. Isso é um
cenário. Se for menos, é mais fácil.
Mesmo que a inflação chegue a
16%, 17%, mesmo assim a economia se mantém de pé.
Folha - E as perdas?
FHC - Na negociação coletiva,
eles (trabalhadores e empresários)
vão discutir isso.
Folha - E o reajuste do salário mínimo? É possível R$ 140?
FHC - Isso eu não sei, eu vi na Folha. Que eu saiba ainda não é um
órgão técnico do governo.
Folha - No acordo com o FMI está
previsto algum reajuste?
FHC - Está, algum reajuste.
Folha -Na última entrevista que o
sr. deu para o jornal, o sr. disse que
não haveria cortes nos gastos sociais. Dois dias depois, o corte foi
manchete nos jornais.
FHC - Só que não foi verdadeiro.
A cesta básica tinha um orçamento
de R$ 90 milhões, passou para R$
47 milhões, 50% de corte. Só que a
cesta básica não sai apenas do Orçamento. Quem paga é a Conab
(Companhia Nacional de Abastecimento).
E os recursos da cesta básica não
são esses, não. São de R$ 390 milhões, e vai continuar sendo. Para
vocês terem idéia do que é a cesta
básica, a ONU tem um programa
de cesta básica no mundo, ela gasta
US$ 540 milhões. Ou seja, nosso
programa é enorme.
É um problema complicado,
porque não é bom ter cesta básica.
Inventou-se que era bom ter cesta
básica. É bom ter emprego, a pessoa ter salário, ter renda.
Folha - Mas num país como o Brasil, com milhões de miseráveis e
desemprego crescente?
FHC - Enquanto não tem (emprego, salário), vai ter cesta básica.
Então não é verdadeira a informação.
Folha - E sobre o tamanho
da recessão
neste ano?
FHC - Eu não
acredito que a
queda do PIB
vá ser no nível
que estão dizendo, eu não
acredito.
Folha - Estão
dizendo, não.
O governo está
dizendo que
deve ficar entre 3,5% a 4% do PIB.
FHC - Sim. Mas na verdade ninguém sabe. Eu sempre me recusei a
fazer previsões, isso é palpite, eu
sempre me recusei.
Folha -Mas o sr. disse, uma vez,
em entrevista à Folha, que se o
crescimento do PIB for de 1%, é
melhor dizer que vai ser de 2%.
FHC - Bom, tudo bem. Eu acho
que a gente sempre tem de ter um
viés otimista.
Folha - E o que o sr. acha da idéia
do senador Antonio Carlos Magalhães de criar uma CPI do Judiciário?
FHC - Não sei, precisa ver que fato ele vai apresentar. Eu não quero
me intrometer nessa coisa, porque
questão de Poderes quanto menos
eu me intrometo, melhor.
Folha - Mas o sr. não acha que a
única instituição brasileira que escapou de abertura, de discussão,
de reforma, não foi o Judiciário?
FHC - Reforma é outra coisa, eu
acho que ela precisa ser feita. Eu li
outro dia com muita atenção duas
entrevistas do Celso de Melo e
também do Carlos Veloso (ministros do Supremo Tribunal Federal).
Folha - O sr. anda lendo bem a
Folha..
FHC - Eu não leio na Folha as pessoas que todo dia escrevem para
me atacar. Por que eu vou ler? Há
anos que eu não leio. E a Folha tem
pessoas pagas para me atacar diariamente.
Folha - Mas a Folha não paga ninguém para atacar determinadas
pessoas.
FHC - Não paga? Então ela dá o
calote (rindo). Todo dia eles atacam, então não leio, é perda de
tempo, sei o que eles vão dizer.
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