|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÃO ENGESSADA
Atendendo ao PSDB, tribunal veta aparição de pré-candidato na TV; Frente quer desrespeitar decisão
TSE proíbe Ciro de usar tempo de PDT e PTB
PLÍNIO FRAGA
PATRICIA ZORZAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Em resposta a uma representação do PSDB, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) impediu a principal estratégia de marketing do
pré-candidato do PPS, Ciro Gomes, ao proibi-lo de aparecer, antes de 6 de julho, nos programas
na TV de PTB e PDT, mesmo depois de oficializada em convenção
a aliança entre os três partidos.
Os partidos integrantes da chamada Frente Trabalhista tendem,
segundo a Folha apurou, a contrariar a determinação. Avaliam
que a punição será uma multa ou
a cassação do programa partidário do primeiro semestre de 2003.
Mas o texto do TSE, divulgado
anteontem, cita a hipótese de cassação do candidato, se ele for considerado responsável pela irregularidade. Seria declarada a sua
inelegibilidade e de quem contribuiu com a publicidade ilegal para as três próximas eleições.
O comando da campanha de Ciro contesta a existência da previsão de cassação nesse caso e
ameaça até entrar com mandado
de segurança no STF para permitir que o pré-candidato use os
programas de PDT e PTB.
Ciro tem programada a realização em 10 de junho -primeiro
dia permitido pela lei eleitoral-
de convenção nacional conjunta
entre PPS, PDT e PTB para aprovar e oficializar sua candidatura.
Com isso, o PPS pretendia divulgar a candidatura de Ciro nos 2
minutos aos quais o partido terá
direito, em 6 de junho, nos 20 minutos do PDT, em 13 de junho, e
nos 20 minutos do PTB, em 27 de
junho. Haveria ainda 40 minutos
de inserções nacionais (de 30s ou
1min) dos petebistas na segunda
quinzena do mesmo mês.
Depois de aprovado em convenção, um pré-candidato deve
ser registrado por seu partido ou
coligação e reconhecido como
candidato pelo TSE até 5 de julho.
Só a partir do dia seguinte, Ciro se
tornaria candidato oficial da coligação, conforme o TSE. A frente,
entretanto, considera que a oficialização se dará na convenção.
Ao tomarem conhecimento da
estratégia de Ciro, os tucanos entraram com uma representação
contra o PPS. Como se tratava de
uma intenção ainda não-concretizada, a representação foi arquivada. Mas, em resposta a um
agravo interno apresentado ao
TSE pelo PSDB, o tribunal reafirmou anteontem à noite a proibição em decisão regulamentadora.
O crescimento de Ciro é um dos
maiores temores da candidatura
de José Serra. Em uma semana,
essa é a segunda interpretação de
regras que atinge o ex-ministro.
Na quinta-feira passada, o STF
confirmou a decisão do TSE que
limita as alianças nos Estados aos
partidos que se unirem nacionalmente, a chamada verticalização.
Assim, a integração formal do
PFL à frente que apóia Ciro, em
negociação, foi praticamente inviabilizada. A decisão do TSE pela
verticalização, tomada a partir de
uma consulta do PDT, foi defendida pelo presidente do tribunal,
Nelson Jobim, ministro da Justiça
do governo tucano entre 1995 e
1997 e amigo de Serra.
Os 82 minutos de propaganda
eleitoral no rádio e na televisão
concentrados em junho alavancariam a candidatura de Ciro, acredita a frente que o apóia.
O ex-ministro aparece no Datafolha em quarto lugar, com 13%,
atrás de Lula (PT), com 32%; José
Serra (PSDB); com 22%; Anthony
Garotinho (PPS), com 16%.
Destes quatro candidatos, foi o
único que não teve programa partidário no segundo semestre de
2001 -o PPS perdeu o prazo de
solicitação ao TSE- e também
neste ano, já que o programa está
previsto para junho.
Como o PPS só obteve 1,3% dos
votos em todo o país em 1998, a lei
só lhe dá 2 minutos por semestre
no rádio e na TV. Já o PDT (5,7%
dos votos) e o PTB (5,7%) têm direito a 20 minutos cada. A lei determina esse tempo a partidos
que receberam 5% dos votos.
Texto Anterior: D. Cláudio se reúne com o Presidente em Brasília Próximo Texto: Com as Estrelas: Ciro se compara a Tancredo Neves Índice
|