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Brizola diz que Britto não fazia parte
do "pacote" e ameaça deixar Frente
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O presidente nacional do PDT,
Leonel Brizola, disse ontem que o
"pacote" estabelecendo a Frente
Trabalhista (PDT, PTB e PPS) não
continha a hipótese de o ex-governador do Rio Grande do Sul
Antônio Britto (PPS) ser candidato ao governo gaúcho.
"O ex-governador Britto não estava no pacote. Se eu soubesse
que o Britto estaria no pacote, eu
teria dito para vendê-lo em outro
lugar", disse Brizola ontem em
Porto Alegre.
Com essa afirmação, o presidente do PDT deixa claro que a
Frente Trabalhista, como está
agora, não é aquela que ele aceitou integrar e acena com a possibilidade de abandoná-la.
Brizola não quis ser explícito sobre o eventual rompimento da
aliança. Ele preferiu deixar a definição do PPS gaúcho de lançar o
nome de Britto ao governo do Estado como uma hipótese, já que
oficialmente não teria sido comunicado por ninguém.
"Não recebemos nenhum ultimato", afirmou ele.
"O Britto não passa na nossa
garganta. Se ele quiser ajudar a
empurrar o caminhão, aceitamos,
mas não damos a direção para
ele", disse Brizola.
Anúncio
Anteontem, Britto praticamente
anunciou o lançamento da sua
candidatura ao governo gaúcho
no próximo dia 1º. Deu prazo ao
PDT até o próximo dia 30.
A rejeição do PDT ao nome de
Britto para ser candidato da Frente Trabalhista ao governo gaúcho
tem sido a principal pedra no caminho da aliança em torno do
pré-candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes.
A solução poderia ser outro
candidato, escolhido dentro do
PDT, no Rio Grande do Sul. Com
isso, porém, Britto ficaria fora da
disputa, apesar de ser o candidato
tido como mais apto a derrotar o
petista Tarso Genro.
Com o objetivo de resolver o
impasse, o presidente nacional do
PTB, José Carlos Martinez, chegou a dizer que um acordo havia
sido fechado, segundo o qual o vereador José Fortunati, do PDT, seria candidato ao governo gaúcho,
Britto concorreria a deputado estadual para puxar votos e formar
uma bancada forte no Estado e o
senador José Fogaça (PPS-RS)
concorreria à reeleição. O PPS negou tal acerto.
Quando se iniciaram as conversas sobre a aliança, dois requisitos
haviam sido estabelecidos por
Brizola: a não-candidatura de
Britto e a reprodução da aliança
nacional nos Estados.
"Não podemos ter dois palanques nos Estados. Estamos a caminho da fusão entre três siglas.
Precisamos dialogar", avisou.
Como o PPS forçou a candidatura de Britto, foi criado o impasse. Para Brizola, a aliança nacional
ocorreria a partir do Rio Grande
do Sul.
O nome de Britto se tornou um
empecilho para a aliança especialmente devido à sua atuação nas
privatizações de empresas públicas criadas pelo próprio Brizola
quando foi governador do Rio
Grande do Sul.
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