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Secretário afirma que debate sobre focalização é falso
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O secretário-executivo do
Ministério da Assistência e
Promoção Social, Ricardo
Henriques, disse que há um
falso debate sobre a "focalização" das políticas sociais
-pivô da recente disputa
por hegemonia no governo.
A "focalização" -prioridade aos mais pobres- não
significa o fim da chamada
"universalidade" dos serviços públicos em educação e
saúde, como sugeriu a economista Maria da Conceição
Tavares, diz o secretário.
O secretário-executivo do
Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade, André
Urani, disse estar "aberto" a
um debate com Tavares.
A pesquisa em curso no
Iets diz que a "má focalização" de um programa social
pode ser resultado da dificuldade de identificar a população efetivamente pobre.
"É um risco indesejável
ideologizar um falso debate
sobre focalização e universalização, é um absurdo", diz
Henriques. "A estratégia do
governo é erradicar a pobreza e reduzir desigualdades
sociais, o que não é contraditório com políticas de atendimento universal em educação e saúde."
Embora permaneça sócio
do Instituto de Estudos do
Trabalho e Sociedade, o secretário-executivo diz que se
"desvinculou totalmente"
do instituto desde que assumiu cargo no governo de Benedita da Silva, no Rio.
Marcos Lisboa, secretário
de Política Econômica do
Ministério da Fazenda, reiterou o que dissera na véspera
ao colunista da Folha Jânio
de Freitas: nunca fez pesquisa para o Banco Mundial
nem recebe dinheiro do Iets.
Questionado sobre a informação do secretário-executivo do instituto de que teria
recebido cerca de R$ 11.500
por participação em pesquisas nos dois últimos anos, a
assessoria do Ministério da
Fazenda insistiu em que o
verbo "recebe" está no presente e refere-se a 2003.
A nota de Lisboa não faz
referência ao fato de, entre
pouco mais de 70 pesquisadores sócios do instituto, ele
ser membro do conselho de
administração. A assessoria
da Fazenda disse que ele não
se lembrava ao certo da situação formal no instituto.
O Código de Conduta da
Alta Administração Federal
não proíbe a participação de
funcionários de alto escalão
em entidades como o Iets. A
atividade paralela, porém,
não pode entrar em conflito
com o exercício de função
no Executivo.
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