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PT nacional proíbe aliança com PSDB em BH
Decisão sobre coligação com tucanos abre crise entre a Executiva e Pimentel, que considerou o anúncio um "desrespeito"
Caso o veto seja mantido, Aécio e líderes do PSB, que vai indicar o candidato, sinalizaram que acordo pode ser fechado sem os petistas
SIMONE IGLESIAS
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Executiva Nacional do PT
proibiu ontem uma coligação
com o PSDB à Prefeitura de Belo Horizonte, contrariando negociação entre o atual prefeito
da capital mineira, Fernando
Pimentel (PT), e o governador
de Minas, Aécio Neves (PSDB).
A proibição abre uma crise
entre a Executiva e Pimentel,
que considerou o veto "um desrespeito" e uma "decisão politicamente equivocada". Os petistas de BH não descartam recorrer à Justiça caso não consigam
derrubar a decisão no partido.
Em reação à proibição, Aécio
já avisou que, se ela for mantida, os tucanos podem retirar o
PT da coligação e lançar uma
chapa com o PSB e outros aliados. Líderes do PSB em Minas
classificaram a decisão de "retrógrada" e anunciaram a disposição de rever a aliança com
o PT, se unindo aos tucanos.
"A Executiva Nacional decide comunicar ao diretório municipal de Belo Horizonte e ao
encontro municipal que não
autorizará, em nenhuma hipótese, o PT de participar de qualquer coligação da qual faça parte o PSDB naquela capital", diz
trecho da resolução.
Tão logo foi divulgada, Pimentel criticou a decisão. Além
de considerá-la "equivocada",
afirmou que não está "estatutariamente embasada" e informou que "usará todos os recursos disponíveis para modificá-la, fazendo prevalecer a decisão
soberana dos delegados eleitos
pelo voto direto da base do partido" em Belo Horizonte.
O veto da Executiva Nacional
compromete costura que Pimentel e Aécio vinham fazendo
de PT e PSDB apoiarem a candidatura de Márcio Lacerda
(PSB), afilhado político do governador e seu secretário de
Desenvolvimento Econômico e
ligado ao deputado Ciro Gomes
(CE). O PT participaria da
aliança indicando o candidato a
vice, e os tucanos entrariam
com o tempo de rádio e TV.
Esse entendimento recebeu
críticas dos ministros petistas
de Minas, Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e Luiz
Dulci (Secretaria Geral), que
pressionaram a direção nacional para vetar a aliança.
Eles haviam recuado depois
que o presidente Lula decidiu
apoiar as negociações de Pimentel com Aécio. O apoio do
presidente não foi suficiente.
O secretário-geral do PT, deputado José Eduardo Cardozo
(SP), disse que o veto foi definido para preservar o projeto nacional do partido em 2010. Na
resolução, a Executiva faz críticas a Aécio como forma de justificar o veto: "Os diretórios nacional e estadual do PT consideram o governo Aécio Neves
uma administração comprometida com políticas frontalmente distintas daquelas que
compõem nosso ideário e o
nosso programa de governo".
De 15 integrantes da Executiva, 13 votaram pela proibição.
O presidente estadual do
PSB, Wander Borges, disse na
noite de ontem que os tucanos
são "imprescindíveis" na coligação, dando sinais de que, se o
PSDB não estiver na aliança, o
PSB não se coligará com o PT.
Colaborou PAULO PEIXOTO ,
da Agência Folha, em Belo Horizonte
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