São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 2008

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Lula vai atuar por aliança do PT com os tucanos em MG

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva atuará nos bastidores para viabilizar a aliança do PT com o PSDB na eleição municipal de Belo Horizonte. Segundo a Folha apurou, Lula achou "uma burrice" a decisão de ontem da Executiva Nacional petista que veta tal aliança.
Motivo: o candidato a prefeito da aliança é Márcio Lacerda, do PSB, um aliado tradicional do PT e de Lula. Na avaliação do Palácio do Planalto, o PT nacional mirou no governador de Minas, o tucano Aécio Neves, mas acertou o PSB dos aliados Ciro Gomes, deputado federal e vice-líder nas pesquisas sobre a sucessão de 2010, e Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB.
Contrariado, Ciro reagiu: "Não consigo entender uma hostilidade desse tipo a um partido aliado. É uma decisão que me parece inexplicável".
Ciro pretende conversar com o presidente do PT, deputado federal Ricardo Berzoini, a respeito da decisão da Executiva. Segundo Ciro, o PT já havia sinalizado que queria a aliança. Márcio Lacerda foi secretário-executivo de Ciro e participou de sua campanha à Presidência em 2002.
A decisão da Executiva Nacional é reflexo de uma luta interna no PT mineiro. Nos bastidores, os ministros Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e Luiz Dulci (Secretaria Geral) jogam contra a aliança porque ela foi costurada com Aécio pelo atual prefeito de BH, Fernando Pimentel (PT).
A Folha apurou que foi uma carta escrita por Pimentel fazendo elogios a Aécio foi o pretexto usado pela Executiva para vetar os entendimentos entre o prefeito de Belo Horizonte e o tucano. O texto foi divulgado no dia do encontro municipal, quando aprovada a aliança entre PT e PSB para disputa do comando da capital mineira por mais de 85% dos votos.
Na avaliação de 13 dos 15 integrantes da Executiva, o documento sinalizava que o acordo em BH se estenderia a 2010, apostando numa dobradinha da candidatura de Pimentel ao governo de Minas e Aécio para presidente. O PT nacional não estava confortável com a aliança em Minas e a carta, cujo teor seria desconhecido pelos membros da direção nacional até a semana passada, apenas azedou de vez o clima.
KENNEDY ALENCAR, SIMONE IGLESIAS E VALDO CRUZ


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