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Lula vai atuar por aliança do PT com os tucanos em MG
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva atuará nos bastidores para viabilizar a aliança do
PT com o PSDB na eleição municipal de Belo Horizonte. Segundo a Folha apurou, Lula
achou "uma burrice" a decisão
de ontem da Executiva Nacional petista que veta tal aliança.
Motivo: o candidato a prefeito da aliança é Márcio Lacerda,
do PSB, um aliado tradicional
do PT e de Lula. Na avaliação
do Palácio do Planalto, o PT
nacional mirou no governador
de Minas, o tucano Aécio Neves, mas acertou o PSB dos
aliados Ciro Gomes, deputado
federal e vice-líder nas pesquisas sobre a sucessão de 2010, e
Eduardo Campos, governador
de Pernambuco e presidente
nacional do PSB.
Contrariado, Ciro reagiu:
"Não consigo entender uma
hostilidade desse tipo a um
partido aliado. É uma decisão
que me parece inexplicável".
Ciro pretende conversar
com o presidente do PT, deputado federal Ricardo Berzoini,
a respeito da decisão da Executiva. Segundo Ciro, o PT já havia sinalizado que queria a
aliança. Márcio Lacerda foi secretário-executivo de Ciro e
participou de sua campanha à
Presidência em 2002.
A decisão da Executiva Nacional é reflexo de uma luta interna no PT mineiro. Nos bastidores, os ministros Patrus
Ananias (Desenvolvimento Social) e Luiz Dulci (Secretaria
Geral) jogam contra a aliança
porque ela foi costurada com
Aécio pelo atual prefeito de
BH, Fernando Pimentel (PT).
A Folha apurou que foi uma
carta escrita por Pimentel fazendo elogios a Aécio foi o pretexto usado pela Executiva para vetar os entendimentos entre o prefeito de Belo Horizonte e o tucano. O texto foi divulgado no dia do encontro municipal, quando aprovada a aliança entre PT e PSB para disputa
do comando da capital mineira
por mais de 85% dos votos.
Na avaliação de 13 dos 15 integrantes da Executiva, o documento sinalizava que o acordo
em BH se estenderia a 2010,
apostando numa dobradinha
da candidatura de Pimentel ao
governo de Minas e Aécio para
presidente. O PT nacional não
estava confortável com a aliança em Minas e a carta, cujo teor
seria desconhecido pelos
membros da direção nacional
até a semana passada, apenas
azedou de vez o clima.
KENNEDY ALENCAR, SIMONE IGLESIAS E VALDO CRUZ
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