São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 2008

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Alckmin mantém candidatura em SP e busca apoio do PTB

Na opinião do ex-governador, ao fechar acordo com PMDB de Quércia, Gilberto Kassab o "liberou" para buscar outras siglas

Segundo aliado do tucano, ele disse que PSDB e DEM voltarão a conversar no segundo turno e pediu que correligionários não recuem


JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

RENATA LO PRETE
EDITORA DO "PAINEL"

Pressionado pela ala do PSDB contrária a sua pré-candidatura a prefeito de São Paulo, o ex-governador Geraldo Alckmin determinou ontem a seus correligionários que não recuem "um milímetro" e informou ao grupo que não desistirá da disputa. À noite, o tucano deixou seu escritório rumo a um encontro com Gilberto Kassab (DEM) para comunicar sua decisão de permanecer na disputa municipal, em vez de participar da aliança em torno da reeleição do prefeito.
O propósito de Alckmin era dizer a Kassab que, ao fechar um acordo com o PMDB de Orestes Quércia, que contou com a colaboração de correligionários do governador José Serra (PSDB), o prefeito o "liberou" para buscar outras siglas e seguir caminho próprio. Segundo um aliado do ex-governador, ele disse que PSDB e DEM voltarão a conversar no segundo turno das eleições.
A meta de Alckmin é apresentar o mais rápido possível uma aliança que lhe dê condições mínimas de sustentação e mais tempo no horário da TV.
Ontem à tarde, ele se encontrou com o presidente do PSDB paulistano, José Henrique Reis Lobo, e os dois decidiram que o veredicto final sobre sua candidatura deverá ser dado no dia 5 de maio pela Executiva Municipal. Antes, na próxima segunda-feira à noite, seus apoiadores farão um ato de desagravo ao ex-governador. Alckmin avisou que pretende participar.
No âmbito nacional, Alckmin deverá recorrer à ajuda do governador Aécio Neves (PSDB-MG), com o objetivo de aumentar seu trânsito na cúpula de eventuais partidos aliados, como o PSB, o PC do B e o PDT. Segundo a Folha apurou, o mineiro teria ligado nos últimos dias para se dizer "solidário" ao colega. Já Serra, segundo aliados do ex-governador, não havia entrado em contato.

PTB como aliado
O parceiro preferencial de Alckmin em São Paulo é o PTB do deputado estadual Campos Machado. Se concretizada a aliança, ele chegaria a quase cinco minutos em cada um dos blocos do horário eleitoral, contra quase oito de Kassab (DEM) -que era vice de Serra até 2006-, obtidos por conta do apoio do PMDB, presidido no Estado por Orestes Quércia.
Nas muitas conversas e reuniões que teve ontem, Alckmin listou os pontos que, segundo ele, o impedem de aceitar um acordo com Kassab e Quércia. O primeiro deles seria justamente o silêncio de Serra. Na opinião do tucano, a dupla, mesmo com o aval do governador, tem poucas condições de garantir que a vaga do PSDB para a sucessão do governador em 2010 fique com ele.
Nesse caso, seria necessária uma declaração pública de Serra de que, mesmo perdendo para Aécio o direito de concorrer ao Planalto, não disputará a reeleição. Interlocutores de Serra dizem que ele estaria propenso a aceitar a idéia, já que faria parte "do custo Alckmin".
Entre aliados de Alckmin, a avaliação é que o impacto da união entre DEM e PMDB também deverá ser sentido pela candidatura da ministra Marta Suplicy (PT), até agora sua principal adversária nas pesquisas. A meta do tucano é evitar que a petista consiga acordo com os partidos do chamado bloquinho: PC do B, PSB e PDT.


Colaborou CATIA SEABRA ,
da Reportagem Local


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