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Mercadante exalta Dilma no lançamento ao governo
Senador lança pré-candidatura sem atacar rival, Alckmin, mas com críticas a Serra
Pré-candidato ao governo paulista promete criar Conselhão regionalizado; Lula, que era esperado para o evento, não compareceu
Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem
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Mercadante, Dilma e Marta acenam para o público
durante evento petista em São Paulo, ontem
ANA FLOR
DA REPORTAGEM LOCAL
No lançamento das pré-candidaturas de Aloizio Mercadante, ao governo de São Paulo,
e de Marta Suplicy, ao Senado, a
estrela foi Dilma Rousseff. Lula, esperado no evento, não
compareceu.
A pré-candidata do PT à Presidência foi escalada para fazer
a defesa do nome de Mercadante e de Marta aos delegados do
partido, que aprovaram de maneira simbólica os dois principais candidatos da aliança que
faz contraponto aos tucanos.
Ela foi recebida com festa pela militância ao som de um dos
jingles da campanha, a toada
sertaneja "Vem Dilma, vem".
Tratada como "a primeira
presidente mulher que este
país terá" por Mercadante, Dilma se apropriou do argumento
da oposição para a disputa à sucessão ao Planalto ("O Brasil
pode mais") para defender a vitória do senador no pleito.
"Achamos que é possível e
necessário fazer muito mais",
disse Dilma, que reforçou que a
vitória do PT em São Paulo "Vai
permitir que nós aqui façamos
mais". O slogan tucano tem sido alvo de brincadeiras de Lula.
Em discurso, Dilma repetiu
que obras emblemáticas da gestão José Serra (PSDB) no Estado, como o Rodoanel e a expansão do metrô, receberam recursos do governo federal. Ela fez
também críticas à educação no
Estado -apontada como um
dos pontos fracos das gestões
tucanas. Disse ainda que quem
dirigiu o Estado nas últimas
três décadas "não preparou São
Paulo para o futuro".
Mercadante, que falou após a
candidata ao Planalto, direcionou boa parte de seus ataques,
sem citar nomes, ao atual governo paulista -Serra deixou o
cargo no início de abril-, sem
mencionar seu principal rival
na disputa, o ex-governador
Geraldo Alckmin (PSDB).
Segundo a última pesquisa
Datafolha, no cenário com Paulo Skaf (PSB), a vantagem de
Alckmin sobre o petista é de 39
pontos: o tucano tem 52% e
Mercadante, 13%.
O pré-candidato petista ressaltou as conquistas do governo
Lula e falou das dificuldades e
dos desafios do Estado. Ele prometeu, como primeira ação caso seja eleito, criar um Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, nos moldes do
Conselhão criado por Lula, mas
regionalizado no Estado. E disse que irá cuidar melhor do interior paulista. "São Paulo vai
se interiorizar, vai olhar o interior com mais respeito", disse.
Mercadante citou os recentes conflitos do governo tucano
com professores durante a greve da categoria. Ele afirmou
não prometer atender todas as
reivindicações dos professores,
mas disse que se empenhará
para melhorar a qualidade do
ensino e valorizar a classe.
Ao final do discurso, ele se
emocionou ao falar da vida dedicada à política.
A aliança construída até agora pelo PT para fazer frente à
candidatura do PSDB inclui outros sete partidos (PDT, PC do
B, PR, PRP, PPL, PT do B e
PTN). "É a maior aliança da
nossa história", afirma o presidente do PT-SP, Edinho Silva.
A coligação estima o tempo de
TV, durante a campanha, em
torno de seis minutos.
Ausência
Antes da fala de Dilma, o líder
do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), leu carta
enviada pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, que pediu
desculpas por não estar presente no evento. A ausência causou
mal-estar porque Lula foi o responsável pela mudança de posição de Mercadante, que até
pouco tempo insistia em concorrer à reeleição no Senado.
Marta, em discurso, afirmou
que São Paulo, reduto do PSDB
e do principal pré-candidato da
oposição, será o palco principal
das eleições no Brasil.
"A luta é aqui em São Paulo, a
eleição vai ser vencida aqui",
disse. Marta atacou a oposição,
afirmando que as críticas a Dilma são "procurar pelo em ovo".
"Só não ousaram dizer que é
porque é mulher", disse ela.
É a segunda vez que Mercadante concorre ao governo
paulista. Na primeira, em 2006,
foi derrotado por Serra, hoje rival de Dilma na disputa pelo
Planalto. Antes de escolher
Mercadante, o PT apostava no
nome do deputado Ciro Gomes
(PSB) como candidato de uma
coalizão antitucana no Estado.
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