São Paulo, terça-feira, 25 de maio de 2004

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PAINEL

Força do exemplo
Sem anúncio público, a cúpula do PT já avisou à sua bancada: quem votar contra o salário mínimo de R$ 260 será punido. Argumenta que não haverá como cobrar fidelidade dos aliados se houver dissidências no partido.

Operação padrão
Além de enquadrar o PT, o Planalto usará os métodos de sempre para aprovar o mínimo. Líderes aliados já ouviram ameaças de perda de cargos e emendas em caso de rebeldia.

Quieto demais
O Planalto teme que José Sarney, em silêncio desde a derrota da emenda da reeleição das Mesas do Congresso, autorize alguns aliados a assinar a CPI sobre o caso Celso Daniel proposta pelo tucano Arthur Virgílio.

Sem reprise
O governo sabe que dificilmente poderá contar com Sarney para enterrar outra CPI sozinho, como o presidente do Senado fez com a dos bingos. Por cautela, Arthur Virgílio (AM) não revela quantas assinaturas já tem para sua comissão.

Filé mignon
Pré-Operação Vampiro, o governo ofereceu ao PP nada menos do que a área de compras do Ministério da Saúde, pela qual deverão passar R$ 200 milhões neste ano. Com o barulho em torno da pasta, é improvável que o acerto permaneça em pé.

Acento agudo
O site do PSDB na internet traz nova versão para o slogan da campanha petista de 2002: "Ágora é Lula", em referência à entidade dirigida por amigo do presidente que teria desviado R$ 900 mil em verbas públicas.

Pilha fraca
Chamou a atenção da platéia o tom de voz baixo, quase sonolento, com que Lula proferiu seu discurso na inauguração do escritório da Petrobras em Pequim. Os termômetros da capital chinesa marcavam 35 ºC.

Passaporte na mão
Empresários italianos com negócios no Brasil pressionam o governo para que a decisão do Cade impedindo a participação da Telecom Italia no bloco de controle da Brasil Telecom seja revertida. Alguns ameaçam deixar o país em represália.

Apito final 1
A Telecom Italia foi afastada do bloco de controle pela Anatel por ter passado a operar telefonia móvel no país. A legislação impede que uma empresa trabalhe com telefonia fixa e móvel ao mesmo tempo. O Cade manteve a decisão em caráter liminar, mas ainda não julgou o mérito.

Apito final 2
A decisão do Cade sobre a Telecom Italia deve ser dada nesta semana. Até agora, as secretarias de Defesa Econômica e de Acompanhamento Econômico, além da Procuradoria do Cade, concordaram com a Anatel. Mas o Ministério Público deu parecer favorável à empresa.

Abismo de rosas
Ponta-de-lança do PTB mais próximo do Planalto, o ex-governador Luiz Antonio Fleury diz que, se for candidato a prefeito, fará campanha "propositiva". E dá pistas sobre quem pretende poupar: "Em mulher, ainda por cima se for prefeita, não se bate nem com um flor".

Visitas à Folha
Roberto Freire, deputado federal e presidente nacional do PPS, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Arnaldo Jardim, deputado estadual e líder do partido na Assembléia Legislativa de São Paulo.
 
Luiz Antonio Guimarães Marrey, procurador de Justiça e ex-procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, visitou ontem a Folha.

TIROTEIO

Do presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Arselino Tatto (PT), sobre entrevista em que a ex-prefeita e pré-candidata candidata do PSB Luiza Erundina chamou Marta Suplicy de "arrogante" e "autoritária":
-A prefeita Marta Suplicy montou uma forte base política na Câmara, algo que Erundina nunca conseguiu. Espero apenas que o rancor não a transforme em força auxiliar dos tucanos na eleição deste ano.

CONTRAPONTO

Aquele abraço

Novamente candidato a prefeito, Paulo Maluf (PP) iniciou no sábado mais um corpo-a-corpo eleitoral ao visitar uma mesquita em São Miguel Paulista, bairro da zona sul paulistana.
Conhecido pelo hábito de cumprimentar eleitores com efusividade, Maluf dispensou atenção especial à libanesa Hajj Marian Harati, que se preparava para fazer orações. Assim que avistou a octogenária, o ex-prefeito partiu em sua direção.
Sorriso largo no rosto, Maluf queria abraçá-la. Porém, enquanto se aproximava, alguns fiéis chamaram a sua atenção:
-Dr. Paulo, não, por favor, não encoste nela.
Não houve jeito. Maluf deu um caloroso abraço em Hajj.
Pela tradição islâmica, a mulher não pode ter contato físico com um homem antes de fazer sua oração. A senhora teve de repetir seu ritual de limpeza para poder retornar à mesquita.


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