São Paulo, terça-feira, 25 de maio de 2004

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Petrobras vai quase triplicar a venda de petróleo a chineses

DE PEQUIM
DO ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM

O acordo de cooperação entre a Petrobras e a chinesa Sinopec, assinado ontem em Pequim, permitirá que a empresa brasileira quase triplique suas exportações de petróleo para a China.
Em 2003, a Petrobras vendeu 5 milhões de barris para o país asiático. Com o acordo, o total deve passar para 14 milhões de barris/ ano em 2004, disse ontem em Pequim o presidente da estatal brasileira, José Eduardo Dutra.
Com o aumento nas exportações, a China passará a ser um dos três principais destinos das vendas da Petrobras no exterior. A cada ano, a estatal exporta 72 milhões de barris de petróleo. A China ficaria com 18,4% desse total.
Outra área que pode render frutos em curto espaço de tempo é a participação da Sinopec na construção do gasoduto Sudeste-Nordeste, que vai ligar o norte do Rio à Bahia. O investimento total no gasoduto é de US$ 1,1 bilhão.
Também é intenção da Petrobras estabelecer parcerias com as demais empresas de petróleo da China. Ontem, Dutra se encontrou com a diretoria da CNOOC, que possui o monopólio para a exploração de petróleo em águas profundas no país. Desse primeiro contato, saiu o compromisso de continuar a negociação para formação de parceria para exploração de petróleo em águas profundas no Brasil e na China.

Mais acordos
Além do acordo entre as estatais dos dois países, Brasil e China assinaram ontem mais 14 acordos comerciais, dessa vez envolvendo empresas privadas brasileiras. O objetivo é fomentar as relações econômicas entre os dois países.
O maior contrato foi assinado pela Vale do Rio Doce com a Baosteel para a construção do pólo siderúrgico de São Luís, no Maranhão. O projeto é estimado em US$ 1 bilhão.
A Vale também assinou contratos com a Yankuang e com a Yongcheng para desenvolvimento de projeto para a produção de carvão coque para o mercado chinês, além de uma parceria com a Chalco para a construção de uma unidade de produção de bauxita e alumina (matéria-prima para a fabricação de alumínio) no Brasil.
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) assinou acordo com o grupo financeiro chinês Citic para desenvolvimento de projetos de financiamento de joint-ventures voltadas à exportação, e a Varig firmou acordo com a Air China para a operação de vôos regulares entre Brasil e China, provavelmente a partir de agosto.
Já nas negociações sobre turismo, o ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, informou que o governo chinês autorizou ontem as viagens de turistas ao Brasil. Até então, isso era permitido apenas depois de um longo processo no qual a pessoa tinha que apresentar alguma justificativa que não fosse o turismo.
Em 2003, 22 milhões de chineses viajaram para fora do país, sendo que apenas 13 mil para o Brasil. A expectativa do Ministério do Turismo é de que esse número salte para 100 mil em pouco tempo, o que poderá gerar uma entrada de divisas de até US$ 250 milhões para o país. (GB e CT)

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