|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Petrobras vai quase triplicar a venda de petróleo a chineses
DE PEQUIM
DO ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM
O acordo de cooperação entre a
Petrobras e a chinesa Sinopec, assinado ontem em Pequim, permitirá que a empresa brasileira quase triplique suas exportações de
petróleo para a China.
Em 2003, a Petrobras vendeu 5
milhões de barris para o país asiático. Com o acordo, o total deve
passar para 14 milhões de barris/
ano em 2004, disse ontem em Pequim o presidente da estatal brasileira, José Eduardo Dutra.
Com o aumento nas exportações, a China passará a ser um dos
três principais destinos das vendas da Petrobras no exterior. A
cada ano, a estatal exporta 72 milhões de barris de petróleo. A China ficaria com 18,4% desse total.
Outra área que pode render frutos em curto espaço de tempo é a
participação da Sinopec na construção do gasoduto Sudeste-Nordeste, que vai ligar o norte do Rio
à Bahia. O investimento total no
gasoduto é de US$ 1,1 bilhão.
Também é intenção da Petrobras estabelecer parcerias com as
demais empresas de petróleo da
China. Ontem, Dutra se encontrou com a diretoria da CNOOC,
que possui o monopólio para a
exploração de petróleo em águas
profundas no país. Desse primeiro contato, saiu o compromisso
de continuar a negociação para
formação de parceria para exploração de petróleo em águas profundas no Brasil e na China.
Mais acordos
Além do acordo entre as estatais
dos dois países, Brasil e China assinaram ontem mais 14 acordos
comerciais, dessa vez envolvendo
empresas privadas brasileiras. O
objetivo é fomentar as relações
econômicas entre os dois países.
O maior contrato foi assinado
pela Vale do Rio Doce com a
Baosteel para a construção do pólo siderúrgico de São Luís, no Maranhão. O projeto é estimado em
US$ 1 bilhão.
A Vale também assinou contratos com a Yankuang e com a
Yongcheng para desenvolvimento de projeto para a produção de
carvão coque para o mercado chinês, além de uma parceria com a
Chalco para a construção de uma
unidade de produção de bauxita e
alumina (matéria-prima para a
fabricação de alumínio) no Brasil.
O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) assinou acordo com o grupo financeiro chinês Citic para
desenvolvimento de projetos de
financiamento de joint-ventures
voltadas à exportação, e a Varig
firmou acordo com a Air China
para a operação de vôos regulares
entre Brasil e China, provavelmente a partir de agosto.
Já nas negociações sobre turismo, o ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, informou
que o governo chinês autorizou
ontem as viagens de turistas ao
Brasil. Até então, isso era permitido apenas depois de um longo
processo no qual a pessoa tinha
que apresentar alguma justificativa que não fosse o turismo.
Em 2003, 22 milhões de chineses viajaram para fora do país,
sendo que apenas 13 mil para o
Brasil. A expectativa do Ministério do Turismo é de que esse número salte para 100 mil em pouco
tempo, o que poderá gerar uma
entrada de divisas de até US$ 250
milhões para o país.
(GB e CT)
Texto Anterior: Viagem não reforça vendas de alto valor, afirma economista Próximo Texto: Multimídia: Lula diz que não pode recuperar dívida social Índice
|