São Paulo, quarta-feira, 25 de maio de 2005

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Waldir Pires vê "golpismo" da oposição

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em seminário sobre a corrupção ontem, o ministro Waldir Pires (Controladoria Geral da União) reconheceu que indicações políticas para cargos em empresas públicas abrem espaço para a corrupção, mas rejeitou a hipótese de demissões de apadrinhados porque isso causaria uma desestabilização institucional.
O ministro reforçou o discurso do governo de que a CPI dos Correios, cuja instalação deve ocorrer hoje, é desnecessária e está sendo usada por setores da oposição com intuito "golpista" e viés político-eleitoral: "Não há mais golpes de quartel, mas há outros golpes, outras formas de promover desestabilizações. Falta idoneidade nas personalidades que conduzem o processo. Estou ouvindo muita coisa de comparsas do processo de golpismo", disse Waldir.
O constrangimento para Waldir Pires ocorreu quando o presidente da ONG Transparência Brasil, Cláudio Weber Abramo, sugeriu a demissão de indicados políticos e a substituição por funcionários de carreira: "Acho difícil acreditar que o partido em questão tenha um compromisso ideológico e público com a eficiência dos Correios. Isso não é segredo para ninguém, nem para quem nomeou", disse. "Em nome da governabilidade, se loteia o Estado".
Waldir Pires concordou, mas avaliou que isso só é possível em passos pequenos: "O ideal seria que o governo pudesse fazer um ato dessa natureza, demitir todos os diretores de estatais. Mas esse é um ato que desestabilizaria a máquina pública", disse o ministro.


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