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Waldir Pires vê "golpismo" da oposição
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em seminário sobre a corrupção ontem, o ministro Waldir Pires (Controladoria Geral da
União) reconheceu que indicações políticas para cargos em empresas públicas abrem espaço para a corrupção, mas rejeitou a hipótese de demissões de apadrinhados porque isso causaria uma
desestabilização institucional.
O ministro reforçou o discurso
do governo de que a CPI dos Correios, cuja instalação deve ocorrer
hoje, é desnecessária e está sendo
usada por setores da oposição
com intuito "golpista" e viés político-eleitoral: "Não há mais golpes de quartel, mas há outros golpes, outras formas de promover
desestabilizações. Falta idoneidade nas personalidades que conduzem o processo. Estou ouvindo
muita coisa de comparsas do processo de golpismo", disse Waldir.
O constrangimento para Waldir
Pires ocorreu quando o presidente da ONG Transparência Brasil,
Cláudio Weber Abramo, sugeriu
a demissão de indicados políticos
e a substituição por funcionários
de carreira: "Acho difícil acreditar
que o partido em questão tenha
um compromisso ideológico e
público com a eficiência dos Correios. Isso não é segredo para ninguém, nem para quem nomeou",
disse. "Em nome da governabilidade, se loteia o Estado".
Waldir Pires concordou, mas
avaliou que isso só é possível em
passos pequenos: "O ideal seria
que o governo pudesse fazer um
ato dessa natureza, demitir todos
os diretores de estatais. Mas esse é
um ato que desestabilizaria a máquina pública", disse o ministro.
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