DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

A presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Ellen Gracie Northfleet, mandou prender de novo os acusados de envolvimento com a máfia dos sanguessugas. A ordem partiu horas depois de o TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região, em Brasília, determinar que todos fossem soltos.
Até o início da noite de ontem, a Polícia Federal havia prendido 16 dos 44 acusados que estavam detidos em Cuiabá há pelo menos 15 dias, incluindo o suposto líder da quadrilha, o empresário Darci Vedoin.
Os acusados foram soltos às 22h de anteontem, após a decisão do TRF. Eles são acusados de ter formado uma quadrilha -a máfia da sanguessuga- para vender ambulâncias superfaturadas a prefeituras, desviando R$ 110 milhões do Ministério da Saúde desde 2001.
Todas as prisões feitas ontem ocorreram em Cuiabá, onde os cerca de cem policiais que compõem o efetivo da PF na capital de Mato Grosso estão mobilizados para a recuperação dos presos. Portos e aeroportos foram avisados. O objetivo é evitar que os suspeitos deixem o país.
"Foi um grande prejuízo para a sociedade e para a polícia, pois já estavam todos presos. Nossos policiais já estavam em outros trabalhos. Tivemos que tirá-los. Tem acusado no avião que não sabia ainda da decisão", disse o delegado Aldair da Rocha, superintendente da PF em Mato Grosso.
Ellen Gracie concedeu liminar restabelecendo as ordens de prisão depois de um pedido feito pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, para manter os inquéritos criminais da Operação Sanguessuga na 2ª Vara da Justiça Federal de Mato Grosso e restabelecer as prisões. Antonio Fernando contestou o poder do TRF de examinar se as apurações caberiam à Justiça Federal ou ao STF.
Anteontem, a 3ª Turma do TRF julgou um habeas corpus do ex-deputado Carlos Rodrigues (RJ), o Bispo Rodrigues, ex-filiado ao PL, um dos presos. A Turma acolheu os pedidos dele de cassação da ordem de prisão e de transferência dos inquéritos da 2ª Vara de Mato Grosso para o STF. Rodrigues continuava solto ontem.
O ex-deputado Rodrigues argumentou no TRF que as apurações da Operação Sanguessuga envolvem deputados federais, que têm foro privilegiado nesse tribunal.
SILVANA DE FREITAS, ANDRÉA MICHAEL E HUDSON CORRÊA


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