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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Ampla, geral e irrestrita
Prima da especulação em torno do terceiro mandato presidencial, a conversa sobre a possibilidade de
prorrogar todos os mandatos por dois anos é hoje
mais ouvida no Congresso do que sua parente. Seus
defensores, dos mais diferentes partidos e nem de
longe restritos ao baixo clero, têm repetido um número mágico, calculado ninguém sabe como: fazer coincidir todas as eleições em 2012 levaria o país a "economizar R$ 10 bilhões". Não é ideia fácil de concretizar,
mas, diferentemente do terceiro mandato, que resolveria apenas a vida de Lula, a prorrogação viria a calhar para muita gente, no governo e na oposição, que
teme encarar as urnas no ano que vem.
Francamente. Mensagem
do ministro Paulo Bernardo
(Planejamento), que também
aderiu à onda do Twitter: "Esse alarido sobre o terceiro
mandato tenta jogar nas costas do presidente Lula o desejo de muitos de prorrogar por
dois anos todos os mandatos.
Não dá, né?"
Alto lá. Do ministro baiano
Geddel Vieira Lima (PMDB)
sobre entrevista em que o correligionário Orestes Quércia
sugere que o ministro da Integração Nacional estará com o
tucano José Serra (SP) em
2010: "Entendo a posição do
Quércia, mas ele não pode
confundir o desejo dele com
as ações dos outros. Em momento nenhum sinalizei nada
nesse sentido. Meu caminho
natural é apoiar o candidato
do presidente Lula".
Arrimo. Yeda Crusius
(PSDB) pode ter caído do palanque, mas, no que depender
do PT, a governadora continuará sangrando, porém de
pé, até a eleição. Pré-candidato à sucessão gaúcha, o ministro Tarso Genro quer adiar ao
máximo a adesão dos tucanos
a José Fogaça (PMDB).
Tampão. Para os petistas de
São Paulo, está claro por que
Luiz Marinho é o maior propagador da ideia de apoiar um
candidato de outro partido ao
governo estadual. Como o
prefeito de São Bernardo do
Campo quer a vaga, mas não
tem condições de disputá-la
em 2010, gostaria que nenhum correligionário lhe fizesse sombra em 2014.
Aquém. A arrecadação do
IPI sobre cigarros cresceu
apenas 9,6% em abril contra o
mês anterior (de R$ 252 milhões para R$ 276 milhões).
Em março, ao anunciar a redução do imposto para uma
série de produtos, o ministro
Guido Mantega havia dito que
a perda seria compensada por
"um ajuste linear de 23,5%
das alíquotas sobre cigarros".
Para todos. Técnicos do
Senado já debruçados sobre
os contratos da Petrobras
avaliam que, ao jogar luz no
universo de ONGs e entidades
que receberam verba, a CPI
esbarrará em uma incômoda
lista de associações de magistrados e até em congressos do
Ministério Público financiados com dinheiro da estatal.
Nos últimos quatro anos, foi
gasto R$ 1,2 milhão com eventos desse tipo.
Opep. A bancada do PSB do
Senado vive uma disputa tão
discreta quanto acirrada por
uma vaga na CPI da Petrobras. Renato Casagrande é capixaba, e Antonio Carlos Valadares, sergipano. Os dois
Estados concentram investimentos e royalties da estatal.
Repaginado. O site "Xô
CPMF", que o DEM criou na
época da vitoriosa campanha
para derrubar a contribuição,
foi reativado com o nome de
"Xô imposto". O alvo agora é a
tributação da poupança.
Notáveis. O líder do PMDB,
Henrique Eduardo Alves
(RN), sugeriu ao presidente
da Câmara a criação de um
Conselho da Cidadania, na
tentativa de reaproximar a
Casa da sociedade após meses
de noticiário negativo. Seria
formado por personalidades
de diversas áreas e se reuniria
uma vez por mês.
Tiroteio
"O PSDB virou uma oposição kamikase, que
desistiu completamente de propor alternativa
para o país e aposta no agravamento da crise."
Do governador de Sergipe, MARCELO DÉDA (PT), criticando o empenho
do principal partido de oposição pela abertura da CPI da Petrobras.
Contraponto
Para ontem
No livro "Diálogos com o Poder", o consultor político
Ney Figueiredo conta que em 1959, quando trabalhava
com o presidente da Câmara, Ranieri Mazzilli, compareceu ao velório de Bernardo Sayão, um dos pioneiros da
construção de Brasília. Na cerimônia, Figueiredo viu o
presidente da República, Juscelino Kubitschek, reclamar
da demora na realização do enterro.
-É que ainda não tem cemitério oficial na cidade, presidente...- explicou um assessor.
JK sacou uma caneta e assinou ali mesmo o decreto que
criou o primeiro cemitério de Brasília.
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