São Paulo, segunda, 25 de maio de 1998

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Para geólogo, desvio não é única solução

da Reportagem Local

A transposição do São Francisco não é a única solução para a seca do Nordeste. O geólogo José Luiz Albuquerque Filho diz que, além de obras de grande envergadura, como o desvio do rio, também existem opções simples, como a perfuração de poços artesianos.
"A transposição atende a uma área. Concordo com a obra, desde que sejam feitos todos os estudos para avaliar o impacto ambiental do projeto", afirma Albuquerque, responsável pela área de geologia ambiental do IPT (Instituto de Pesquisa Tecnológica).
Para ele, só um apurado estudo sobre o impacto ambiental vai responder a todas as dúvidas que existem sobre a transposição. "Como reter a água sem que ela vá para o mar? Qual a real potencialidade do solo para irrigação?".
Autor do estudo preliminar sobre o impacto ambiental da obra, Jairo Costa, da Fundação para a Conservação da Natureza, diz que não há riscos na redução da água do rio. "A captação da água é modesta. Os 70 m3m por segundo representam só 3% da vazão do rio."
Fernando Rodrigues, secretário de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, afasta outro risco apontado por adversários do projeto -o de que a diminuição das águas pode reduzir de forma significativa a produção de energia nas hidrelétricas da região.
Para Rodrigues, as águas desviadas do São Francisco deixam de produzir apenas 120 dos 11 mil megawatts da capacidade de geração de energia do rio naquela região. "É insignificante", diz.
Para se ter uma idéia do que isso significa, os 11 mil megawatts são suficientes para abastecer com eletricidade uma região de 25 milhões de habitantes -os 120 megawatts dão apenas para uma cidade de 500 mil habitantes. (EN)



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