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Para geólogo, desvio não é única solução
da Reportagem Local
A transposição do São Francisco
não é a única solução para a seca
do Nordeste. O geólogo José Luiz
Albuquerque Filho diz que, além
de obras de grande envergadura,
como o desvio do rio, também
existem opções simples, como a
perfuração de poços artesianos.
"A transposição atende a uma
área. Concordo com a obra, desde
que sejam feitos todos os estudos
para avaliar o impacto ambiental
do projeto", afirma Albuquerque,
responsável pela área de geologia
ambiental do IPT (Instituto de
Pesquisa Tecnológica).
Para ele, só um apurado estudo
sobre o impacto ambiental vai responder a todas as dúvidas que
existem sobre a transposição.
"Como reter a água sem que ela
vá para o mar? Qual a real potencialidade do solo para irrigação?".
Autor do estudo preliminar sobre o impacto ambiental da obra,
Jairo Costa, da Fundação para a
Conservação da Natureza, diz que
não há riscos na redução da água
do rio. "A captação da água é modesta. Os 70 m3m por segundo representam só 3% da vazão do rio."
Fernando Rodrigues, secretário
de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, afasta outro risco apontado por adversários
do projeto -o de que a diminuição das águas pode reduzir de forma significativa a produção de
energia nas hidrelétricas da região.
Para Rodrigues, as águas desviadas do São Francisco deixam de
produzir apenas 120 dos 11 mil
megawatts da capacidade de geração de energia do rio naquela região. "É insignificante", diz.
Para se ter uma idéia do que isso
significa, os 11 mil megawatts são
suficientes para abastecer com eletricidade uma região de 25 milhões de habitantes -os 120 megawatts dão apenas para uma cidade de 500 mil habitantes.
(EN)
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