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Califórnia e Israel fizeram transposição
da Reportagem Local
Ao estudar projetos de outros
países para enfrentar problemas
de secas e desertificação, o engenheiro agrônomo Antonio Evaldo
Klar diz não haver outra solução
para o Nordeste fora da transposição das águas do São Francisco.
"Qualquer outro projeto será
apenas paliativo", afirma Klar,
que é coordenador do curso de
pós-graduação de irrigação e drenagem da Faculdade de Agronomia de Botucatu, da Unesp (Universidade Estadual Paulista).
Klar compara o Nordeste a regiões igualmente áridas, como a
Califórnia (EUA) e Israel, onde a
escassez de água foi superada com
transposição de rios. Se fosse um
país, a Califórnia seria o quinto
produtor de alimentos do mundo.
A Califórnia tem em média 220
mm de chuvas por ano, menos do
que o Nordeste, que tem em torno
de 600 mm. Desde 1930, duas
transposições foram feitas no Estado -uma ao norte, utilizando
os rios São Joaquim e Sacramento;
outra ao sul, com o rio Colorado.
"Antes de 1930, a Califórnia padecia dos mesmos problemas de
hoje do Nordeste", diz Klar. Com
as transposições, a Califórnia ganhou 3.000 km de canais revestidos de concreto, estações elevatórias e dezenas de barragens, que
irrigam mais de 500 mil hectares.
Em Israel, onde há regiões em
que chove apenas 70 mm por ano,
a transposição retira água do lago
Tibiríades (Mar da Galiléia), com
estações elevatórias bombeando
água a alturas de até 260 metros.
Em 1948, o país tinha 35 mil ha irrigados -hoje tem 285 mil.
Com área semelhante a Sergipe e
população em torno de 6 milhões
de habitantes, Israel produz 95%
dos alimentos que consome, e ainda sobra para exportar -75 vezes
maior, o Nordeste tem área irrigada semelhante a Israel.
(EN)
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