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São Paulo, quarta-feira, 25 de junho de 2003

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Para coordenador do MST, reforma está "atrasada"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A definição da política nacional de reforma agrária está "extremamente atrasada", segundo João Paulo Rodrigues, integrante da coordenação nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). "Nossa avaliação é que tem de ser urgente [a definição dessa política] porque até agora não foi assentada nenhuma família por este governo", disse.
Segundo Rodrigues, o governo Lula nunca pediu ao MST que pare de invadir terras. Questionado sobre o discurso do presidente, em que pede paciência ao MST, de forma indireta, afirmou: "Acreditamos que estamos sendo pacientes. Não há nenhum tipo de provocação do MST contra o governo Lula. O movimento está com muita calma, tendo em vista que nós temos 650 acampamentos, 60 mil famílias acampadas desde o governo anterior. Nós estamos muito tranquilos".
A meta inicial do governo era assentar 37 mil famílias neste ano, mas Lula prometeu beneficiar 60 mil durante o Grito da Terra. Segundo Rodrigues, o objetivo das invasões é pressionar o governo a fazer a reforma agrária o mais rápido possível. "Por isso vão continuar as ocupações em todo o Brasil. Só vão diminuir à medida que for aumentando o número de famílias assentadas."
Aliado de Lula na campanha eleitoral, o MST manteve a política de invasões de terras depois da posse do novo governo. Rodrigues disse que o movimento não aceitará que o atual governo assente em quatro anos o mesmo que o governo anterior assentou.
"Hoje existem mais de 90 mil famílias acampadas em todo o país e que aguardam o assentamento imediato", afirmou.
Rodrigues discordou da avaliação de alguns membros do governo de que as invasões de terra prejudicam a reforma agrária, em vez de apressá-la.


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