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Para coordenador
do MST, reforma
está "atrasada"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A definição da política nacional de reforma agrária está "extremamente atrasada", segundo João Paulo Rodrigues, integrante da coordenação nacional do MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra). "Nossa avaliação é que tem
de ser urgente [a definição dessa política] porque até agora
não foi assentada nenhuma família por este governo", disse.
Segundo Rodrigues, o governo Lula nunca pediu ao MST
que pare de invadir terras.
Questionado sobre o discurso
do presidente, em que pede paciência ao MST, de forma indireta, afirmou: "Acreditamos
que estamos sendo pacientes.
Não há nenhum tipo de provocação do MST contra o governo Lula. O movimento está
com muita calma, tendo em
vista que nós temos 650 acampamentos, 60 mil famílias
acampadas desde o governo
anterior. Nós estamos muito
tranquilos".
A meta inicial do governo era
assentar 37 mil famílias neste
ano, mas Lula prometeu beneficiar 60 mil durante o Grito da
Terra. Segundo Rodrigues, o
objetivo das invasões é pressionar o governo a fazer a reforma
agrária o mais rápido possível.
"Por isso vão continuar as ocupações em todo o Brasil. Só vão
diminuir à medida que for aumentando o número de famílias assentadas."
Aliado de Lula na campanha
eleitoral, o MST manteve a política de invasões de terras depois da posse do novo governo.
Rodrigues disse que o movimento não aceitará que o atual
governo assente em quatro
anos o mesmo que o governo
anterior assentou.
"Hoje existem mais de 90 mil
famílias acampadas em todo o
país e que aguardam o assentamento imediato", afirmou.
Rodrigues discordou da avaliação de alguns membros do
governo de que as invasões de
terra prejudicam a reforma
agrária, em vez de apressá-la.
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