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SOMBRA NO PLANALTO
Juiz acolheu pedido da Polícia Federal para aprofundar investigações sobre contrato entre Caixa e GTech
Justiça rejeita denúncia contra Waldomiro
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Justiça Federal rejeitou a denúncia proposta pelo Ministério
Público Federal na qual o ex-subchefe de Assuntos Parlamentares
da Casa Civil Waldomiro Diniz é
acusado de concussão (extorsão
praticada por funcionário público), corrupção passiva e gestão
fraudulenta e temerária de instituição financeira por causa de sua
suposta atuação na renovação de
um contrato de cerca de R$ 650
milhões entre a Caixa Econômica
Federal e a empresa multinacional GTech.
A denúncia do Ministério Público abrange outras oito pessoas,
entre as quais diretores e o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, o empresário
do ramo de jogos Carlos Augusto
Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o
consultor Rogério Buratti e os
executivos Antonio Carlos da Rocha e Marcelo Rovai, respectivamente ex-presidente e diretor de
Marketing da GTech.
Além dos crimes imputados a
Waldomiro, o grupo é acusado de
sonegação de documentos (no caso dos servidores da Caixa) e corrupção ativa (os executivos).
Mais investigações
Em seu despacho, o juiz da 10ª
Vara da Justiça Federal de Brasília
Cloves de Siqueira acolheu o pedido da Polícia Federal para dar
continuidade às investigações.
Segundo Siqueira, há necessidade de aprofundar a apuração sobre os fatos relacionados à renovação do contrato firmado em
abril do ano passado, pelo qual a
GTech se mantém por mais 25
meses como gerenciadora de todo
o sistema de loterias no país.
A denúncia, proposta no dia 29
de março pelo procurador Marcelo Serra Azul, do Ministério Público Federal em Brasília, levou à
suspensão do inquérito no qual a
Polícia Federal investigava a suposta participação de Waldomiro
Diniz no negócio de R$ 650 milhões. Apresentada a denúncia, a
PF pediu à Justiça o prosseguimento do seu trabalho.
Ao longo das investigações, em
depoimentos prestados à Polícia
Federal, os executivos da GTech
disseram que o negócio também
teria sido intermediado pelo consultor Rogério Buratti. Teria havido cobrança de comissão, que, segundo os depoentes, não foi paga.
Rogério Buratti foi secretário de
Governo da Prefeitura de Ribeirão Preto quando o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) foi
pela primeira vez prefeito da cidade, em 1994.
O ex-assessor da Casa Civil teria
se aproximado da multinacional
por meio de Carlinhos Cachoeira,
que mantinha negócios com a
empresa na administração de loterias estaduais.
O ponto de partida da investigação surgiu em 13 de fevereiro deste ano, quando a revista "Época"
divulgou uma reportagem sobre
uma fita de vídeo, gravada em
2002 por Cachoeira, na qual Waldomiro foi flagrado pedindo ao
empresário propina e contribuições para campanhas eleitorais.
Na época, Waldomiro era presidente da Loterj (Loteria do Estado
do Rio de Janeiro).
O caso está sendo investigado
pelo Ministério Público Federal
no Rio de Janeiro e por uma CPI
(comissão parlamentar de inquérito) instalada na Assembléia fluminense.
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