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Richa demite mais 5 funcionários; PF irá entrar no caso
Tucano afirma ter pedido para ser investigado pelo Ministério Público Federal, que apura suposto caixa dois na eleição de 2008
Vídeos divulgados mostram distribuição de dinheiro sem origem comprovada para dissidentes do PRTB em um comitê de apoio ao prefeito
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O prefeito de Curitiba, Beto
Richa (PSDB), demitiu ontem
mais cinco funcionários de cargos de confiança que receberam suposto dinheiro não declarado à Justiça Eleitoral. A
Polícia Federal vai abrir inquérito para investigar o caso.
Richa foi ontem ao Ministério Público Federal e disse que
pediu para ser investigado.
"Quem me conhece sabe da forma ilibada com que eu conduzo
a minha vida pública", disse.
Foi o primeiro pronunciamento público do prefeito após
a divulgação de vídeos com cenas de distribuição de dinheiro
sem origem comprovada em
um comitê eleitoral que apoiava sua reeleição, em 2008.
Richa esteve na Procuradoria
para conversar com o procurador regional eleitoral Neviton
Guedes, que disse que pedirá a
instauração de um inquérito na
PF e perícia nos vídeos.
O material exibe cenas em
um escritório do comitê independente "Lealdade", formado
por dissidentes do PRTB.
Pelo menos 35 pessoas se
desfiliaram da sigla em 2008
para apoiar Richa, alegando
não concordar com a aliança
com o PTB, defendida pela direção estadual do partido.
Desses, 28 aparecem nos vídeos recebendo cerca de
R$ 1.600 cada um. O construtor
Rodrigo Oriente, que trabalhava no comitê e entregou os vídeos à Procuradoria, disse que
o dinheiro vinha do PSDB.
Richa classificou as denúncias de ataques de adversários.
"Fui seis vezes avaliado como o
melhor prefeito do Brasil, isso
tem incomodado meus adversários", afirmou ele, pré-candidato ao governo do Paraná, em
2010. Ele ainda não anunciou
se irá concorrer.
Os cinco funcionários da prefeitura demitidos ontem ocupavam cargos de segundo escalão. Na semana passada, o então secretário de Assuntos Metropolitanos, Manassés Oliveira, que comandou a dissidência
no PRTB, já tinha sido demitido. Alexandre Gardolinski,
coordenador do comitê e autor
das gravações, e Raul D'Araújo
Santos, superintendente na secretaria de Manassés, também
já foram demitidos.
Eles apareciam em cenas que
mostravam manipulação de dinheiro e assinatura de recibos
frios com nomes fictícios para
justificar despesas do comitê.
Outras cenas mostravam funcionários planejando difamar
adversários em pichações.
O procurador afirmou que a
investigação foi iniciada há
uma semana, quando Oriente o
procurou. Oriente trabalhava
no comitê, indicado por Gardolinski, e disse que decidiu denunciar o caso quando não conseguiu receber R$ 47 mil que
emprestou para o comitê.
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