São Paulo, quinta-feira, 25 de junho de 2009

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Richa demite mais 5 funcionários; PF irá entrar no caso

Tucano afirma ter pedido para ser investigado pelo Ministério Público Federal, que apura suposto caixa dois na eleição de 2008

Vídeos divulgados mostram distribuição de dinheiro sem origem comprovada para dissidentes do PRTB em um comitê de apoio ao prefeito

DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), demitiu ontem mais cinco funcionários de cargos de confiança que receberam suposto dinheiro não declarado à Justiça Eleitoral. A Polícia Federal vai abrir inquérito para investigar o caso.
Richa foi ontem ao Ministério Público Federal e disse que pediu para ser investigado. "Quem me conhece sabe da forma ilibada com que eu conduzo a minha vida pública", disse.
Foi o primeiro pronunciamento público do prefeito após a divulgação de vídeos com cenas de distribuição de dinheiro sem origem comprovada em um comitê eleitoral que apoiava sua reeleição, em 2008.
Richa esteve na Procuradoria para conversar com o procurador regional eleitoral Neviton Guedes, que disse que pedirá a instauração de um inquérito na PF e perícia nos vídeos.
O material exibe cenas em um escritório do comitê independente "Lealdade", formado por dissidentes do PRTB.
Pelo menos 35 pessoas se desfiliaram da sigla em 2008 para apoiar Richa, alegando não concordar com a aliança com o PTB, defendida pela direção estadual do partido.
Desses, 28 aparecem nos vídeos recebendo cerca de R$ 1.600 cada um. O construtor Rodrigo Oriente, que trabalhava no comitê e entregou os vídeos à Procuradoria, disse que o dinheiro vinha do PSDB.
Richa classificou as denúncias de ataques de adversários. "Fui seis vezes avaliado como o melhor prefeito do Brasil, isso tem incomodado meus adversários", afirmou ele, pré-candidato ao governo do Paraná, em 2010. Ele ainda não anunciou se irá concorrer.
Os cinco funcionários da prefeitura demitidos ontem ocupavam cargos de segundo escalão. Na semana passada, o então secretário de Assuntos Metropolitanos, Manassés Oliveira, que comandou a dissidência no PRTB, já tinha sido demitido. Alexandre Gardolinski, coordenador do comitê e autor das gravações, e Raul D'Araújo Santos, superintendente na secretaria de Manassés, também já foram demitidos.
Eles apareciam em cenas que mostravam manipulação de dinheiro e assinatura de recibos frios com nomes fictícios para justificar despesas do comitê. Outras cenas mostravam funcionários planejando difamar adversários em pichações.
O procurador afirmou que a investigação foi iniciada há uma semana, quando Oriente o procurou. Oriente trabalhava no comitê, indicado por Gardolinski, e disse que decidiu denunciar o caso quando não conseguiu receber R$ 47 mil que emprestou para o comitê.


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