São Paulo, quinta-feira, 25 de julho de 2002

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CAIXA DOIS

Cassio Taniguchi havia sido indiciado sob acusação de crime eleitoral

Indiciamento de prefeito é suspenso

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O juiz relator do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Paraná, Jaime Stivelberg, suspendeu ontem à noite o indiciamento do prefeito de Curitiba, Cassio Taniguchi (PFL), que está sob acusação de crime eleitoral. O prefeito havia sido indiciado pelo delegado da Polícia Federal Hugo Corrêa Martins no inquérito que apurou denúncias de caixa dois na campanha que o reelegeu, em 2000.
A decisão de Stivelberg reafirma a liminar a um habeas corpus que havia concedido à defesa do prefeito anteontem. E determina que os autos sejam transferidos da 1ª Zona Eleitoral (primeira instância) para o TRE (segunda).
Stivelberg atendeu a um novo recurso dos advogados de Taniguchi, protocolado na manhã de ontem. A defesa argumentou que, por se tratar de prefeito, Taniguchi tem foro privilegiado. Com a decisão, o caso passa à análise da Procuradoria Eleitoral.
No início da tarde, o juiz substituto da 1ª Zona Eleitoral de Curitiba, Jorge de Oliveira Vargas, tinha confirmado como válido o indiciamento. Segundo o juiz, a liminar suspendendo o indiciamento teria "perdido o efeito", mas a prefeitura recorreu ao TRE.
O delegado da PF tinha indiciado o prefeito ao considerá-lo o único responsável pela prestação de contas da campanha de 2000. O prefeito havia pedido três adiamentos de seu depoimento e acabou indiciado sem ser ouvido.
Depois de uma solenidade pública, na manhã de ontem, o prefeito se disse "constrangido" por ter sido indiciado sem ter sido ouvido. "Soube [do indiciamento" pelos meios de comunicação. Isso mostra que a decisão tem cunho essencialmente político." Taniguchi classificou o ato da PF de "mais uma armação de natureza política". O delegado da PF não foi localizado para comentar a decisão do juiz do TRE.
A Agência Folha apurou que a investigação da PF conseguiu provar omissão de gastos de R$ 1,1 milhão nas contas prestadas pelo comitê financeiro de Taniguchi à Justiça Eleitoral. A contabilidade paralela movimentou R$ 29,8 milhões, segundo revelou a Folha em 2001. Foram declarados oficialmente R$ 3,1 milhões.



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