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São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 2003

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PAINEL

Fogo baixo
O Planalto optou por deixar a reforma tributária em banho-maria até a aprovação na Câmara das mudanças nas regras da Previdência. Avaliou que corria o risco de perder o controle da situação se continuasse a travar duas batalhas ao mesmo tempo.

Serviços prestados
O governo vai começar nos próximos dias a liberar emendas e a nomear apadrinhados dos deputados que votaram a favor da reforma da Previdência na comissão especial. O recado é claro: quem for fiel no plenário da Câmara será bem assistido.

Novo método
Ao liberar as emendas e cargos apenas após as votações, o governo Lula quer mostrar que é diferente do seu antecessor. Na época de FHC, agradava-se primeiro para cobrar depois.

Faz parte
Lula telefonou a João Paulo (Câmara) para parabenizá-lo pela aprovação do relatório da reforma da Previdência na comissão especial. E classificou os confrontos entre PMs e manifestantes de "luta política".

Telefone sem fio
A maldade no Congresso ontem era que João Paulo (Câmara) tinha levado ao pé da letra a orientação de Lula para que a tropa de choque governista fosse acionada para viabilizar a aprovação da reforma.

A luta continua
Palavra de ordem em manifestação de servidores em Maceió (Alagoas), ontem: "O povo na rua, Lula, a culpa é sua".

Pela sombra
Diminuiu visivelmente nos últimos tempos o número de deputados que ostentam a estrela do PT na lapela do paletó. Na quarta, por exemplo, só dez usavam o broche no plenário.

Pensando bem
Lindberg Farias (PT) transferiu seu título para Nova Iguaçu (RJ) e quer disputar a prefeitura da cidade em 2004. O ex-radical tem defendido na esquerda que a bancada vote unida na reforma, para gosto de Lula.

Território inimigo
O neo-radical João Fontes (PT-SE) esteve anteontem no lançamento do livro do governador João Alves (PFL), grande rival dos petistas sergipanos.

Relações exteriores
Antes de ser detido na França, Maluf costumava dizer que seu sonho, depois da Presidência, era ser embaixador em Paris.

Sob encomenda
O Conselho Federal da OAB aprovou resolução impedindo advogados que ocuparam cargos na ordem e tiveram contas rejeitadas de disputar a presidência das seccionais. A decisão tem endereço certo: Roberto Ferreira, que em 2000 perdeu por pouco a eleição na OAB-SP.

Batalha jurídica
Roberto Ferreira presidiu a Caixa de Assistência da OAB nos anos 90. Suas contas foram rejeitadas pela ordem, mas estão sub judice. Candidato em SP, diz que sua contabilidade está correta. "É exploração política."

Sombra e água fresca
Na semana passada, discretamente, um grupo grande de deputados decidiu fazer uma espécie de recesso branco durante a convocação extraordinária. Na quarta, dia de maior quórum, apenas 302 dos 513 parlamentares bateram ponto no plenário.

Privilégio de poucos
Nesta semana, temendo a repercussão, líderes partidários cobraram a presença dos colegas e o quórum aumentou. Na quarta, 480 deputados estiveram na Câmara. Em tempo: na convocação extraordinária, cada deputado recebe dois salários a mais (total de R$ 38,1 mil).

Opinião popular
Aloizio Mercadante (PT) iniciou pesquisa em seu site (www.mercadante.com.br) sobre a greve do Judiciário.

TIROTEIO

Do senador Jefferson Peres (PDT-AM), sobre o projeto que permite a reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado:
-Espero que João Paulo e Sarney estejam alheios e reajam a isso. Se forem coniventes, sofrerão um grande desgaste que atingirá todo o Congresso.

CONTRAPONTO

Tente outra vez

Deputados da esquerda do PT, membros do "grupo dos 30", divulgaram ontem manifesto pedindo mudanças em cinco pontos da reforma da Previdência.
Os deputados querem que as modificações ocorram no plenário durante a votação do relatório de José Pimentel (PT-CE), aprovado na comissão especial.
Antes da divulgação, o grupo procurou colegas do campo majoritário do PT para convencê-los a aderir ao movimento.
Paulo Bernardo (PR), um dos líderes da tropa de choque governista, foi abordado pelos "radicais". E afirmou:
-Se eu entrar, teríamos o "grupo dos 31". Não faz sentido- ironizou Bernardo.
Um jornalista presente ao encontro alertou-o de que, até aquele momento, apenas 23 deputados haviam assinado a lista.
-Pior ainda. Se eu assinar, vai ser o "grupo dos 24". A esquerda ficaria desmoralizada!


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