São Paulo, segunda-feira, 25 de julho de 2005

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PAINEL


Fechando a conta
Com os depoimentos de Renilda, mulher de Marcos Valério, e de Simone Vasconcelos, funcionária da SMPB, a CPI dos Correios espera comprovar nesta semana o "mensalão". Renilda será questionada sobre a origem dos recursos. Simone, sobre quem recebia o dinheiro.

Contra a parede
Com a ajuda da Receita, a estratégia para pressionar os sacadores não-parlamentares está traçada: quem não apontar o destinatário do dinheiro sofrerá uma devassa do Leão. A promessa é de multas pesadas.

Na mira
O presidente da CPI dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), teme estar sob investigação da Abin. Pessoas estranhas têm rondado e fotografado sua casa e a loja de sua mulher.

Suspeita de espionagem
Integrantes da CPI dos Correios, entre eles o relator Osmar Serraglio (PMDB-PR), pensam em pedir varreduras em seus telefones celulares e nos computadores dos técnicos da comissão.

Imagem em xeque
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), está preocupado com o andamento das CPIs já instaladas. Ele acha que as investigações continuam a reboque da imprensa. E vê também um grande risco de as três comissões baterem cabeça.

"Eu agarântio"
Piada que circula nos bastidores da CPI dos Correios: quem treinou Silvio Pereira e Delúbio Soares para o depoimento de ambos na comissão foi Seu Creysson, personagem do humorístico "Casseta & Planeta".

Plágio descarado
Para os membros da CPI, Delúbio e Marcos Valério copiaram a estratégia de Roberto Jefferson: assumir a parte menos comprometedora para escapar da punição. "Só que eles não têm metade da inteligência do Jefferson", diz um governista.

Caldo de galinha
Apesar das negativas dos advogados, Marcos Valério temia vir a ser preso, na semana atrasada, em Belo Horizonte. O receio explicaria o lobby articulado para apressar a subida das investigações para o STF.

Crédito no banco
Nos dois anos em que o ex-tesoureiro do Banco Rural em Brasília José Francisco Rego testemunhou os saques vultosos do suposto "mensalão", não viu nenhum recebedor conferir o dinheiro antes de colocá-lo em bolsas. Eles apenas diziam: "Vim pegar uma encomenda".

Vai que é sua
Com o agravamento da crise e as denúncias concentradas sobre o PT, o prefeito de Recife, João Paulo, recolheu o bloco e desistiu de se candidatar ao governo de Pernambuco. A disputa no PT local, antes congestionada, corre o risco de se encerrar por falta de candidato.

Piloto de testes
Com a indefinição no PT, o governador Jarbas Vasconcelos testa nomes à sua sucessão. Além dos pré-candidatos Sérgio Guerra (PSDB) e Mendonça Filho (PFL), incentiva pesquisas com Marco Maciel (PFL), Roberto Magalhães (PSDB) e seu secretário Raul Henry (PMDB).

Mãos à obra
A ala governista do PMDB já cobra dos ministros recém-empossados que trabalhem para ajudar na eleição do novo líder da bancada na Câmara, em agosto. A avaliação é que seria desmoralizante perder para os oposicionistas, agora que o partido está com três pastas.

Outro lado
Raul Pont, candidato do PT à prefeitura de Porto Alegre em 2004, diz que a contribuição do Banco BMG à sua campanha eleitoral foi escriturada e consta na prestação de contas enviada ao TSE. Ele alega que candidatos de outros partidos também receberam doações do banco.

TIROTEIO

De David Fleisher, professor de ciência política e conselheiro da Transparência Brasil, sobre Lula dizer que a elite brasileira não o fará baixar a cabeça:
- É uma estratégia antecipada de campanha para resguardá-lo se surgir algum documento que possa comprometê-lo.

CONTRAPONTO

Mensagem cifrada

Quando veio à tona o caso Waldomiro Diniz, em fevereiro de 2004, a reação dos parlamentares do PT e da base aliada foi dizer que pouco conheciam o ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil.
Reservadamente, a maioria deles lamentava a saída de Waldomiro, considerado eficiente para tratar da liberação de emendas e para intermediar encontros e audiências de deputados e senadores com ministros.
O deputado petista Antonio Carlos Biffi (PT-MS) evitava falar o nome de Waldomiro. Certa vez, ele telefonou para tratar de uma emenda, mesmo com receio de ter a ligação grampeada:
-Wal, ninguém mais cuida das nossas emendas, disse.
-Quem fala?, atendeu Waldomiro, manifestando surpresa.
-É aquele deputado que todo brasileiro gosta de comer no almoço - respondeu o petista, ao codificar o sobrenome Biffi.


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