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Oposição quer convocar Gushiken para depor sobre fundos na CPI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Deputados oposicionistas que
compõem a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Correios disseram ontem que não
existe "mais clima" para adiar os
depoimentos dos ex-ministros
Luiz Gushiken (Secom) e José
Dirceu (Casa Civil).
"Defendo a convocação imediata dos dois", disse o deputado federal Gustavo Fruet (PSDB-PR).
O parlamentar disse que, com o
depoimento de Luiz Gushiken, os
integrantes da CPI poderão ver a
relação dos fundos de pensão
com as empresas do publicitário
Marcos Valério de Souza.
Em entrevista à Folha, Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil e ex-presidente do
conselho deliberativo do Previ,
fundo de pensão dos funcionários
do BB, acusou Gushiken de ter
exercido influência direta sobre o
fundo por meio de seu presidente,
Sérgio Rosa, e de controlar contratos de publicidade da estatal.
"O deputado José Dirceu, que
estava morto, soltou uma nota
acusando a imprensa de linchá-lo
publicamente. O deputado deve
parar de falar e ir à CPI para explicar a sua relação com o empresário Marcos Valério", disse o deputado federal Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA).
O deputado federal Eduardo
Paes (PSDB-RJ) também defende
a convocação dos dois petistas. "A
cada dia surgem mais indícios do
envolvimento assustador de Gushiken e José Dirceu com as denúncias de irregularidades que estamos apurando na CPI. Acho
que até os próprios petistas estão
cientes que precisamos convocá-los", declarou Paes.
Depois das denúncias apresentadas pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), Dirceu deixou a
Casa Civil e voltou para a Câmara
dos Deputados -o seu depoimento à Comissão de Ética e Decoro Parlamentar está previsto
para o próximo dia 2 de agosto.
Luiz Gushiken também perdeu
espaço no governo -deixou de
ser ministro da Secretaria de Comunicação e Gestão Estratégica.
Fundos
O deputado federal Onyx Lorenzoni (PFL-RS) defende a dos
sigilos dos fundos de pensão. Ele
acredita que isso demonstrará
que "não existiu empréstimo dos
bancos Rural e BMG para o PT",
como dizem alguns petistas e o
empresário Marcos Valério. "Não
tem empréstimo, o que houve foi
um ajuste contábil para maquiar a
entrada do dinheiro nos cofres do
partido", declarou.
Para o deputado José Eduardo
Cardozo (PT-SP), a intenção dos
parlamentares oposicionistas não
passa de "jogo de cena". "Acho
precipitadas [as convocações de
José Dirceu e Luiz Gushiken].
Não é hora de dar espetáculo, é
hora de confrontar dados, checar
informações", disse o petista. No
entanto, Cardozo disse que concorda com a quebra dos sigilos
dos fundos de pensão.
(FERNANDA KRAKOVICS, LUIZ FRANCISCO E GILMAR PENTEADO)
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