São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

No shopping

Diante do ponto morto de Gilberto Kassab (DEM), referendado pelo novo Datafolha, a campanha de Marta Suplicy (PT) passou a tratar Geraldo Alckmin (PSDB) como hipótese mais consolidada de adversário no segundo turno e a costurar desde já o apoio de duas siglas hoje oficialmente aliadas ao projeto reeleitoral do prefeito de São Paulo: PMDB e PR.
Os petistas ainda tateiam no escuro em relação ao controlador do PMDB, Orestes Quércia -que chegou a negociar com o partido, mas acabou embarcando na canoa de Kassab. Estão, porém, bastante avançadas as tratativas com os vereadores da duas siglas, vários deles integrantes da base de Marta quando prefeita.



Leitura de bordo. Antes de embarcar para a Colômbia, Alckmin se encontrou com José Serra, de quem ganhou o livro "The Urban Age".

Linha dura. De última hora, Alckmin incluiu na agenda encontro com o general Óscar Naranjo, comandante da Polícia Nacional da Colômbia.

Sorria! No PT, há quem diga que Marta não deveria ter se recusado -ainda por cima de cara fechada- a participar de enquete do programa humorístico "CQC". Os adversários toparam responder.

Tempo real. Diante dos números apurados pelo Datafolha no Rio, o prefeito Cesar Maia avalia que o líder Marcelo Crivella (PRB) chegou perto do seu "teto" antes mesmo do início da campanha de TV, dada sua elevada rejeição, e que Fernando Gabeira (PV) foi prejudicado pela entrada de Eduardo Paes (PMDB) na corrida, para quem perdeu votos da classe média.

Sonho meu. Aficcionado por pesquisas, Maia faz uma aposta de alto risco: um segundo turno entre Jandira Feghali (PC do B) e sua candidata, Solange Amaral (DEM), hoje com modestos 5%.

Na marra. Após meses de choro e ranger de dentes, Luizianne Lins (PT) aceitou ter como vice de sua chapa à reeleição o presidente da Câmara de Fortaleza, Tin Gomes (PHS), primo indicado pelo governador Cid Gomes (PSB).

Luzes, câmera. Padrinho da candidatura do prefeito João Henrique, que amarga um terceiro lugar na disputa em Salvador, Geddel Vieira Lima (Integração) recrutou outros sete ministros para gravarem depoimentos que deverão ir ao ar logo na abertura do horário eleitoral.

Sangue negro 1. Uma comissão de petroleiros esteve com Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência) e Paulo Bernardo (Planejamento) para pedir que a categoria seja ouvida no grupo de trabalho criado pelo governo para discutir a exploração das recém-descobertas jazidas na camada pré-sal. Os ministros responderam que tudo bem.

Sangue negro 2. Na mesma reunião, os petroleiros apresentaram sua reivindicação de reajuste salarial.
Os ministros se mostraram dispostos a ouvir, mas frisaram que a negociação deve ser feita com a Petrobras e que, em caso de greve, o governo ficará ao lado da empresa.

Cobras e lagartos 1. No Palácio dos Bandeirantes, o estado de espírito em relação à cúpula da Fundação Padre Anchieta, que administra a TV Cultura, é o pior possível.
A relação, que já não andava boa, piorou muito diante da lista de novos conselheiros, chamada de "prato feito" por auxiliares de José Serra.

Cobra e lagartos 2. No entorno do governador, sobram referências aos R$ 75 mi que o Estado destina por ano à FPA e recriminações ao autoconcedido aumento salarial do presidente do Conselho Curador, Jorge da Cunha Lima. "Tudo sem controle de qualquer ente regulador", esbraveja um secretário.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"A 'lista suja' é ferramenta de transparência no processo eleitoral. Quem não deve não teme. Se o político está lista, algum motivo tem."

Do deputado AUGUSTO CARVALHO (PPS-DF), favorável à decisão da Associação dos Magistrados Brasileiros de divulgar a relação dos candidatos que enfrentam processo na Justiça.

Contraponto

Alinhamento automático

O ex-prefeito Antonio Imbassahy, hoje novamente candidato em Salvador, trocou o PFL pelo PSDB em 2005. Sua migração coincidiu com a disputa entre dois baianos, Jutahy Júnior e João Almeida, pela liderança da bancada tucana na Câmara. O clima era de divisão total.
Ainda sem saber direito quem apoiava quem, Luciano Barriga, braço direito de Imbassahy, encontrou um assessor de Jutahy logo após a vitória deste sobre Almeida.
-Que coisa... Perdemos...-, lamentou.
-Que nada, o Jutahy ganhou!-, consertou o outro.
-Ah, que bom! Então ganhamos!-, replicou Barriga sem demora nem constrangimento.


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