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Painel
Boi na linha 1
A versão de que Malan (Fazenda) não sabia do socorro do
Banco Central aos bancos Marka e FonteCindam ainda não
convenceu a PF (Polícia Federal). Sem alarde, os federais ouviram recentemente Cláudio
Mauch, ex-diretor do BC.
Crêem estar fechando o cerco.
Boi na linha 2
Mauch disse à PF que estava
jantando com Malan quando
teve, em janeiro, a conversa
com Chico Lopes (então presidente do BC) sobre o socorro ao
Marka e ao FonteCindam. A
polícia poderá chamar Lopes
para perguntar como ele falou
com Mauch sem que o ministro
da Fazenda nada ouvisse.
Arrumando a casa
Clóvis Carvalho (Desenvolvimento) está entre dois nomes
para a Secretaria de Comércio
Exterior: Paulo Samico, que já
passou pelo setor e foi demitido
por Celso Lafer, e Rui Pereira,
braço direito de Botafogo Gonçalves na Camex, o mais cotado.
Roteiro paulista
Está traçada a estratégia da
pré-campanha de Ciro (PPS) a
presidente em 2002. O ex-ministro viajará por todo o país,
mas se concentrará em 72 cidades grandes e médias paulistas
(24,4% do eleitorado nacional).
Casa da Mãe Joana
Antes de ser editada, o que deve ocorrer até o fim da semana,
a medida provisória da Ford
passará por um pente fino no
Planalto. Quem viu o texto diz
que há brechas jurídicas que
permitiriam ao Nordeste virar
uma grande zona franca.
Parece brincadeira
Definido: depois de peregrinar pela Secretaria de Política
Econômica e pelo Ministério da
Fazenda, o IBGE e o Ipea voltam ao Ministério de Orçamento e Gestão (antigo Planejamento). No período cigano, o IBGE
perdeu até verba para o censo.
Sede estranha
Renan Calheiros não está magoado somente com FHC pela
demissão do Ministério da Justiça. Acha que, apesar do discurso, o PMDB o deixou. A pasta tinha visibilidade política,
mas pouco a oferecer aos caciques em termos de logística.
Adversários inquietos
Discreto quando estava na
Casa Civil sob as asas de FHC,
Clóvis Carvalho tenta mudar
radicalmente o perfil. Está louco para aparecer. Sabe que no
Desenvolvimento é alvo fácil.
O diálogo que abalou...
No dia 2 de julho, FHC ligou
duas vezes para ACM. Tratou
do caso Ford-Bahia. Em tom áspero, disse estar prestes a vetar
os incentivos fiscais à montadora. "Resolvo isso hoje", falou o
presidente. ACM respondeu
que, daquela forma, teria dificuldade para apoiar o governo.
...um relacionamento
Na 2ª conversa, em tom civilizado, FHC prometeu solução,
mas disse: ""Peça para o seu pessoal ficar em silêncio". O baiano
entendeu que o recado era para
ele e não se manifestou por 20
dias. O presidente aprovou renúncia fiscal de R$ 180 mi por
ano, mas o pefelista não engoliu
até hoje a mensagem dura.
Agente do dendê
Desde o início do mês ficou
claro para ACM que haveria
uma decisão a favor da ida da
Ford para a Bahia. Uma pessoa
que participava das reuniões
em Brasília representava as posições do PFL baiano: Parente,
que assumiu a Casa Civil.
Escolhendo os inimigos
Não é só a Everardo Maciel
(Receita), ligado ao vice Marco
Maciel, que ACM atribuiu parte
da perda dos incentivos da
Ford. Culpa também Amaury
Bier, secretário-executivo de
Malan. Mas o ministro da Fazenda está longe da ira baiana: a
alternativa, crê, é pior para ele.
Toma que o filho é teu
Bornhausen (PFL), apontado
como o autor da indicação de
Pratini de Moraes para a Agricultura, espalha que o pai da
nomeação é Delfim (PPB), correligionário do novo ministro.
TIROTEIO
De Ciro Gomes (PPS), sobre
ACM ter usado a pobreza do
Nordeste como argumento a
fim de justificar os incentivos
concedidos à Ford para ela se
instalar em Camaçari (BA):
- Pura demagogia. A pobreza do Nordeste está concentrada no semi-árido, no sertão. E
ele é contra o projeto que resolveria o problema: a transposição das águas do São Francisco.
CONTRAPONTO
Pé na cozinha
No caminho para Caracas
após a reunião da Cimeira, no
Rio, o presidente da Venezuela,
Hugo Chavez, fez uma escala em
Boa Vista (RR).
Durante a sua estada na capital de Roraima, almoçou com
Neudo Campos (PPB) na sede
do governo estadual.
Ao final, Chavez resolveu
exercitar seu conhecido populismo:
- A comida estava maravilhosa. Tenho que parabenizar o
cozinheiro.
Dito isso, rumou para a cozinha, onde cumprimentou os
cinco cozinheiros responsáveis
pela refeição.
Depois que Chavez foi embora, Neudo Campos encontrou os
cozinheiros seduzidos pelo convidado. Um deles disse:
- O nosso presidente (FHC)
almoçou aqui e não foi até a cozinha. Se eu pudesse, votava nele
(Chavez).
Campos aquiesceu:
- FHC acaba de perder cinco
votos. Entre um presidente que
põe o pé na cozinha e outro que
não põe a escolha é fácil!
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