São Paulo, quarta-feira, 25 de agosto de 2004 |
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PAINEL Cadê você? No comando da campanha de José Serra, é grande o desconforto com o silêncio de Geraldo Alckmin diante dos assassinatos de moradores de rua no centro paulistano. Enquanto o governador fica quieto, o candidato tucano é atolado de perguntas e o PT deita e rola com o episódio. Memória fraca Alckmin permanece mudo, mas seu vice ensaia algumas palavras. Ao ver a prefeita Marta Suplicy elogiar o governador no horário gratuito, Claudio Lembo não se comoveu: "Essa admiração que ela demonstrou foi esquecida no ato pela morte dos mendigos no domingo". Problema deles Ao menos por enquanto, Paulo Maluf (PP) não tem intenção de fazer barulho com as mortes dos moradores de rua. Dá-se por satisfeito em ver petistas e tucanos engalfinhados. Datafederalização 1 Segundo pesquisa feita em parceria pelo Ipsos-Opinion e a consultoria República, 58% dos entrevistados em oito capitais dizem que a atuação do governo federal os influencia na hora de decidir o voto para prefeito. Datafederalização 2 Quanto menores a instrução e a renda, maior a importância atribuída ao governo federal como elemento definidor do voto. Xis da questão Procurando o fundamento ideológico do projeto do Conselho Federal de Jornalismo, um curioso concluiu que o governo Lula gostaria de substituir o arbítrio de editores pelo "controle social" a ser exercido pelos companheiros da Fenaj. Nos olhos dos outros Anteontem em Santiago, Lula comentou com empresários locais que o Brasil não deveria ter risco-país alto, dado que não enfrenta guerras, maremotos, terremotos e neve. Pena que no Chile existam os dois últimos. Mérito próprio Aprovado pelo Senado para assumir a Agência Nacional de Transportes Terrestres, José Airton Cirilo diz ter sido elogiado pela "formação acadêmica". Quer dissipar a idéia de que é mais um petista derrotado nas urnas (no Ceará, em 2002) a arrumar emprego no governo. Deixa disso 1 Embora parte do governo queira pegar em armas contra o tucano Tasso Jereissati, a turma que não rasga dinheiro está preocupada com a escalada das hostilidades. Teme comprometer de vez o futuro das Parcerias Público-Privadas no Senado. Deixa disso 2 Os defensores da via diplomática acham que, no atual estágio, apenas "um gesto do PT" poderia esfriar os ânimos: o partido recuar das providências judiciais contra Tasso, segundo quem o PPP, como está, serviria aos propósitos arrecadadores do tesoureiro Delúbio Soares. Margem de manobra O PT não descarta rever a decisão de ir à Justiça contra Tasso. Ciente do estrago potencial da disputa, a cúpula examina com lupa o discurso de ontem do tucano, atrás de alguma brecha que justifique o deixa-pra-lá. Público-alvo Em São Paulo, Delúbio acompanhou parte do discurso de Tasso pela TV Senado. Cessar-fogo É grave a situação no Senado, mas não a ponto de impedir duas horas de armistício entre governo e oposição para assistir à vitória do vôlei feminino. A paz reinou na Casa enquanto durou Brasil x EUA. Na paisagem Ninguém entendeu o que o deputado Robson Tuma fazia ontem no gabinete do pai, corregedor do Senado, enquanto este ouvia o ex-BC Luiz Candiota sobre supostos achaques de que teria sido vítima com base em dados da CPI do Banestado. TIROTEIO Do deputado federal Geddel Vieira Lima (BA), PMDB porém de oposição, sobre quem manda no governo Lula: -Depois de suportar a República de Alagoas, tentaremos sobreviver à República da Previ. CONTRAPONTO Conselho de compadre Em conversa recente com jornalistas, Orestes Quércia quis
saber o que eles haviam achado
de o presidente Lula tê-los chamá-la de "covardes" por não defenderem o projeto do Conselho
Federal de Jornalismo. |
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