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SAIBA MAIS
Sociólogo afirma que PT expressa nova classe social
DA REDAÇÃO
"O Ornitorrinco" foi lançado em 2003 por Francisco
de Oliveira como posfácio
da reedição de "Crítica da
Razão Dualista", de 1972.
Nele Oliveira argumenta que
a elite sindical do país -cuja
expressão política é o PT-
converteu-se numa nova
classe social ao ocupar cargos de direção no BNDES e
nos fundos de pensão.
Inspirado no marxismo,
Oliveira procura explicar as
transformações políticas a
partir das relações de classe.
O que caracteriza a história
recente do Brasil é o fato de
que os sindicalistas tornaram-se capitalistas sem capital: deixaram de ser trabalhadores sem terem se convertido em empresários. Eles
não são burgueses porque
não têm a propriedade das
empresas, mas controlam os
recursos públicos que o capital precisa para sobreviver.
A evolução do país acabou
assim numa nação anômala,
que não é mais subdesenvolvida, pois conseguiu se industrializar, mas não chegou
a ser desenvolvida, pois só
consegue acumular capital
sugando recursos públicos.
Para explicar o monstrengo
social resultante dessa "acumulação truncada" é que
Oliveira usou a imagem do
ornitorrinco, mamífero com
bico de pato e que põe ovos.
Como explicou Oliveira
em entrevista à Folha (22/9/
2003), a meta dessa nova
classe social não é a ampliação dos direitos trabalhistas,
mas uma boa gestão financeira, pois "o que está em jogo é a aposentadoria deles".
São esses administradores
de fundos que definiram a
política econômica conservadora do governo Lula, que
não só manteve o programa
de FHC, mas o radicalizou.
As políticas do PT e do
PSDB são convergentes porque ambos expressam essa
mesma classe, que se estrutura sobre "técnicos e intelectuais "doublés" de banqueiros, núcleo duro do
PSDB, e operários transformados em operadores de
fundos de previdência, núcleo duro do PT". Na entrevista de 2003, Oliveira citou
Delúbio Soares como típico
representante da nova classe
-muito antes do escândalo.
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