São Paulo, sexta-feira, 25 de agosto de 2006

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Sobe 50% número de candidaturas negadas por TRE

DA REPORTAGEM LOCAL

Cresceu em quase 50% o número de pedidos de candidatura negado pelo TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral) neste ano, em comparação a 2002, mas os parlamentares acusados de participar do esquema sanguessuga não foram atingidos. Quatro deles vão tentar a reeleição à Câmara.
Segundo dados da Justiça Eleitoral divulgados ontem, foram indeferidas 425 candidaturas ou 14% do total de pedidos: 2.970. A maioria dos vetos ocorreu por falta de "certidões criminais e de quitação eleitoral", segundo o TRE.
Há quatro anos o percentual de barrados foi de 9,5% (238) dos 2.490 registros. Em 1998, foram 10% (229) dos 2.206 pedidos de candidaturas. A Justiça não informou os motivos dos indeferimentos desses anos.
No Rio, em caso inédito, a Justiça Eleitoral barrou anteontem a candidatura de quatro envolvidos na máfia dos sanguessugas por suposta "corrupção e má conduta moral".
O rigor burocrático do TRE paulista atingiu dois envolvidos em outro escândalo, o do mensalão: o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT), por dívidas eleitorais pendentes, e o ex-deputado Valdemar Costa Neto (PL), que deixou de anexar informações sobre um inquérito. Ambos podem recorrer da decisão ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Dos candidatos liberados a tentar a reeleição acusados de participar do esquema de aquisição de ambulâncias superfaturadas por meio de emendas parlamentares estão Amauri Gasques (PL), Neuton Lima (PTB), Ildeu Araújo (PP) e Irapuan Teixeira (PP), que embolsaram juntos R$ 329 mil, segundo a família Vedoin.
Os outro cinco deputados acusados de participação não registraram candidatura ou renunciaram ao pedido após protocolá-lo na Justiça Eleitoral.
Segundo a assessoria de imprensa do TRE, o órgão segue a lei eleitoral para atender os pedidos de candidatura. "Só estão impedidos de se candidatar aqueles com sentença criminal transitada em julgado", diz.
Esse foi o entendimento que também manteve na disputa os ex-prefeitos Paulo Maluf (PP) e Celso Pitta (PTB), acusados de desvio de verbas públicas para o exterior. Para os juízes, a omissão desses valores na declaração de bens deve ser discutida em outro processo, e não no de registro de candidatura.
O ex-ministro Antonio Palocci (PT) e a candidata a suplente de senador Zulaiê Cobra (PSDB), que sofreram questionamentos por problemas na documentação, conseguiram cumprir as exigências legais e estão aptos a concorrer. (ROGÉRIO PAGNAN)


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