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JULGAMENTO DO MENSALÃO
STF não aceita 1ª denúncia contra Dirceu
Supremo rejeita processo por peculato; ex-ministro é acusado de mais 2 crimes, que serão analisados na próxima semana
Silvio Pereira, José Genoino
e Delúbio Soares também não serão processados por receber vantagem indevida
em função de cargo público
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Acusado de ter cometido três
crimes no escândalo do mensalão, o ex-ministro da Casa Civil
José Dirceu teve ontem rejeitada a abertura de processo criminal por peculato, que é receber vantagem indevida em função do cargo público.
Por unanimidade, os ministros do STF derrubaram a denúncia da Procuradoria Geral
da República, que também acusava do mesmo crime três ex-dirigentes petistas: José Genoino (presidente), Delúbio Soares (tesoureiro), e Silvio Pereira (secretário-geral).
Os quatro ainda são acusados
de outros dois crimes, formação de quadrilha (união de pelo
menos quatro pessoas com o
fim de cometer crimes) e corrupção ativa (oferecer vantagem indevida a funcionário público). Nesses casos, o Supremo
analisa na próxima semana se
processo criminal será aberto.
A rejeição de abertura de
processo contra José Dirceu,
que é apontado pelo Ministério
Público como o chefe do esquema do mensalão, e contra os ex-dirigentes petistas foi sugerida
por Joaquim Barbosa, relator
do caso do mensalão. "O Ministério Público não esclareceu de
que forma eles contribuíram
para a ocorrência do peculato",
disse Barbosa.
A acusação de peculato contra Dirceu e os três dirigentes
petistas se referia à suspeita de
desvio de dinheiro da Visanet,
empresa que tem entre seus
controladores o Banco do Brasil. Os recursos, segundo a acusação, teriam ido para Marco
Valério por meio de ação do ex-dirigente do BB Henrique Pizzolato, com autorização do ex-ministro Luiz Gushiken.
Dirceu, Genoino, Delúbio e
Silvio, por formarem o "núcleo" do esquema, segundo a
denúncia, teriam contribuído
para a suposta fraude.
"A acusação é extremamente
genérica, e a vagueza da acusação impede que eles possam
exercer amplamente o direito
de defesa", disse Celso de Mello
ao justificar o seu voto.
O advogado de José Dirceu,
José Luís Oliveira Lima, estava
presente a todo o julgamento,
mas afirmou que não comentará as decisões até que a análise
seja concluída.
(RANIER BRAGON, MARTA SALOMON E SILVANA DE FREITAS)
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