|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Dantas transferiu US$ 52 mi um dia antes da Satiagraha
DA REPORTAGEM LOCAL
Testemunho juramentado
feito à Justiça dos Estados Unidos pelo delegado da Polícia
Federal Ricardo Saadi, coordenador da Operação Satiagraha,
revelou que o banqueiro Daniel
Dantas transferiu US$ 51,8 milhões (R$ 97,4 milhões) de
Londres, na Inglaterra, para
uma conta em Nova York em 7
de julho de 2008, apenas um
dia antes da deflagração da operação da PF que o investigava.
"Transferências desse tipo
evidenciam que os alvos da investigação [da Satiagraha]
usam essas várias contas bancárias para movimentar seus
fundos sem um visível e justificado propósito", escreveu Saadi em declaração no 19º cartório de ofícios de São Paulo.
No documento, o delegado
afirma que doleiros brasileiros,
utilizando o esquema de dólar-cabo (rede clandestina que funcionava à margem do Banco
Central), remeteram ao menos
US$ 20 milhões para cotistas
do Opportunity Fund, no paraíso fiscal das Ilhas Cayman.
O uso dos doleiros é um dos
argumentos de Saadi para pedir
o bloqueio dos recursos do Opportunity nos EUA. O testemunho foi entregue pelo governo
brasileiro a Richard Weber,
chefe da Seção de Bloqueio de
Bens e Lavagem de Dinheiro da
Divisão Criminal do Departamento de Justiça norte-americano, sediado em Washington.
Com o testemunho, Weber e
seus assistentes, Linda Samuel
e Jean Weld, apresentaram formalmente à Corte Distrital de
Columbia o pedido de bloqueio
de bens de Dantas e empresas
ligadas ao Grupo Opportunity.
O pedido foi acolhido pelo
juiz John D. Bates em fevereiro
passado. No documento, Saadi
detalha que os dólares saíram
de uma conta aberta da Harpy
Eagle Investment, gerenciada
pela custodiante BBH (Brown
Brothers Harriman) no banco
UBS de Londres, e chegaram a
uma conta em nome da Tiger
Eye Investments, mantida no
Citibank de Nova York (EUA).
O documento protocolado
por Richard Weber na Justiça
americana indica a existência
de uma apuração própria das
autoridades americanas sobre
o Grupo Opportunity.
Por meio de sua assessoria, o
banco negou que seja alvo de
investigações nos EUA.
(RV)
Texto Anterior: Outro lado: Opportunity nega irregularidades Próximo Texto: Janio de Freitas: Promessas do inacreditável Índice
|