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STF nega pedido de Marcos Valério para reaver o passaporte
Advogado critica a decisão de Joaquim Barbosa e diz que "ou proíbe para todo mundo ou não proíbe"
FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro Joaquim Barbosa, relator da ação penal do
mensalão que tramita no Supremo Tribunal Federal, negou
o pedido de devolução do passaporte do empresário Marcos
Valério Fernandes, apreendido
em julho de 2005. O advogado
Marcelo Leonardo, que defende Valério, disse que o empresário não pretende sair do país.
Barbosa julgou "inoportuna"
a devolução porque sua saída
não é "conveniente", pois ele
responde a duas ações penais.
Marcos Valério havia feito o
pedido em março de 2008. Alegou que o passaporte estava
vencido desde abril de 2007.
Não tinha valor para viagens
internacionais, mas era necessário para pleitear um novo
passaporte, pois não lhe fora
imposta nenhuma proibição a
viagens para fora do país.
Só em junho último o então
procurador-geral da República,
Antonio Fernando Souza, se
manifestou contra a devolução.
O relator decidiu que, embora
não tenha sido decretada a prisão preventiva de Valério, sua
saída do país só ocorrerá "em
caso, devidamente demonstrado, de imperativa necessidade",
que será decidido pelo ministro-relator [o próprio Barbosa]
ou pelo plenário do STF.
"Essa decisão é tardia e sem
sentido", disse o advogado
Marcelo Leonardo, pois Valério "não tem pretensão de fazer
qualquer viagem". "Trata-se de
um pedido de devolução feito
há um ano e cinco meses, só
agora despachado... É lamentável, pois essa é uma decisão que
não respeita o princípio do prazo razoável", disse o advogado.
Ele acrescentou que "a mídia
anda noticiando viagens internacionais de José Dirceu e Valdemar da Costa Neto [réus do
mensalão]": "Não há razão para
proibir apenas o passaporte de
Marcos Valério. Ou proíbe para
todo mundo ou não proíbe".
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