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Ex-ministro vê atraso na reforma agrária
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-ministro Francisco Rezek criticou a demora do governo federal para fazer a reforma agrária. "A reforma agrária
anda num passo impressionantemente lento", disse, no
último sábado à noite, pouco
antes de fazer a palestra de encerramento do 1º Congresso
Mundial do Ministério Público.
Aos 56 anos, Rezek é juiz da
Corte Internacional de Justiça
(órgão da ONU em Haia, Holanda). Ele foi ministro do Supremo Tribunal Federal e ministro do Exterior, no início do
governo Collor (1990-92).
"O que mais me aborrece
vendo a movimentação do
MST, é me dar conta de que
passados tantos anos desde que
a Constituição estabeleceu esse
objetivo prioritário, a reforma
agrária não se fez."
Ele afirma que "tudo conspira contra ela" e diz ter a sensação de que a "maioria dos brasileiros tem algum interesse em
manter o que restou das capitanias hereditárias".
"Na realidade, o número dos
detentores de terra inexplorada
é pequeno. Não consigo acreditar que essas pessoas tenham
tanto poder político a ponto de
ter feito estagnar, até hoje, uma
reforma agrária que os mais sonhadores esperavam, nos anos
60, que nos anos 70 estivesse
concluída", afirma Rezek.
Ele diz que "sem dúvida" as
manifestações realizadas pelo
MST são legítimas, mas ressalta
que haveria "iniciativas que
tornariam desnecessária a movimentação dos sem-terra com
a dramaticidade com que elas
têm sido feitas".
O ministro diz não ver problemas jurídicos no envio de
tropas do Exército para defender a fazenda das filhas do presidente da República.
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