São Paulo, segunda-feira, 25 de setembro de 2000

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Ex-ministro vê atraso na reforma agrária

DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-ministro Francisco Rezek criticou a demora do governo federal para fazer a reforma agrária. "A reforma agrária anda num passo impressionantemente lento", disse, no último sábado à noite, pouco antes de fazer a palestra de encerramento do 1º Congresso Mundial do Ministério Público.
Aos 56 anos, Rezek é juiz da Corte Internacional de Justiça (órgão da ONU em Haia, Holanda). Ele foi ministro do Supremo Tribunal Federal e ministro do Exterior, no início do governo Collor (1990-92).
"O que mais me aborrece vendo a movimentação do MST, é me dar conta de que passados tantos anos desde que a Constituição estabeleceu esse objetivo prioritário, a reforma agrária não se fez."
Ele afirma que "tudo conspira contra ela" e diz ter a sensação de que a "maioria dos brasileiros tem algum interesse em manter o que restou das capitanias hereditárias".
"Na realidade, o número dos detentores de terra inexplorada é pequeno. Não consigo acreditar que essas pessoas tenham tanto poder político a ponto de ter feito estagnar, até hoje, uma reforma agrária que os mais sonhadores esperavam, nos anos 60, que nos anos 70 estivesse concluída", afirma Rezek.
Ele diz que "sem dúvida" as manifestações realizadas pelo MST são legítimas, mas ressalta que haveria "iniciativas que tornariam desnecessária a movimentação dos sem-terra com a dramaticidade com que elas têm sido feitas".
O ministro diz não ver problemas jurídicos no envio de tropas do Exército para defender a fazenda das filhas do presidente da República.


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