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BRASIL PROFUNDO
US$ 1 milhão será liberado para formulação de um plano de ação
OIT vai financiar combate a trabalho escravo no país
FERNANDA NARDELLI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A falta de estatísticas sobre trabalho escravo no Brasil é um dos
problemas enfrentados pelos órgãos que combatem a atividade.
Até o final do ano, um banco de
dados financiado pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) vai reunir todos os números
existentes e oferecer um diagnóstico da prática no país.
O levantamento, que terá informações de órgãos federais, faz
parte de um acordo de cooperação entre a OIT e o governo, que
teve início em abril deste ano. Durante três anos, será liberado US$
1 milhão para a elaboração de um
plano nacional de combate ao trabalho escravo, que inclui o banco
de dados e a capacitação de profissionais, entre outras ações.
Por enquanto, os números divergem. Durante a abertura da 1ª
Jornada de Debates sobre Trabalho Escravo, ontem em Brasília, o
ministro da Justiça, Paulo de Tarso Ribeiro, disse que o governo
FHC reduziu em mais de 90% os
trabalhadores em condições de
escravidão. Segundo ele, em 95,
havia mais de 25 mil casos. "Esse
número está reduzido a 2.500 e tenho certeza de que extirparemos
essa chaga social do meio de nós."
O presidente do TST (Tribunal
Superior do Trabalho), Francisco
Fausto, não confirmou o dado.
Para ele, as informações existentes não são precisas. "Tenho uma
estatística que diz que o Ministério do Trabalho detectou mil casos de trabalho escravo."
Segundo dados do Ministério
do Trabalho, entre 1995 e 2002, foram libertados mais de 4.500 trabalhadores rurais. Só neste ano,
até agosto, foram 1.149.
O ministro do Trabalho, Paulo
Jobim, afirmou que as denúncias
estão aumentando. De acordo
com informações apresentadas
ontem, só existem três pessoas
condenadas.
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