São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 2002

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BRASIL PROFUNDO

US$ 1 milhão será liberado para formulação de um plano de ação

OIT vai financiar combate a trabalho escravo no país

FERNANDA NARDELLI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A falta de estatísticas sobre trabalho escravo no Brasil é um dos problemas enfrentados pelos órgãos que combatem a atividade. Até o final do ano, um banco de dados financiado pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) vai reunir todos os números existentes e oferecer um diagnóstico da prática no país.
O levantamento, que terá informações de órgãos federais, faz parte de um acordo de cooperação entre a OIT e o governo, que teve início em abril deste ano. Durante três anos, será liberado US$ 1 milhão para a elaboração de um plano nacional de combate ao trabalho escravo, que inclui o banco de dados e a capacitação de profissionais, entre outras ações.
Por enquanto, os números divergem. Durante a abertura da 1ª Jornada de Debates sobre Trabalho Escravo, ontem em Brasília, o ministro da Justiça, Paulo de Tarso Ribeiro, disse que o governo FHC reduziu em mais de 90% os trabalhadores em condições de escravidão. Segundo ele, em 95, havia mais de 25 mil casos. "Esse número está reduzido a 2.500 e tenho certeza de que extirparemos essa chaga social do meio de nós."
O presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), Francisco Fausto, não confirmou o dado. Para ele, as informações existentes não são precisas. "Tenho uma estatística que diz que o Ministério do Trabalho detectou mil casos de trabalho escravo."
Segundo dados do Ministério do Trabalho, entre 1995 e 2002, foram libertados mais de 4.500 trabalhadores rurais. Só neste ano, até agosto, foram 1.149.
O ministro do Trabalho, Paulo Jobim, afirmou que as denúncias estão aumentando. De acordo com informações apresentadas ontem, só existem três pessoas condenadas.



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