DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) tem uma lista de 152 fazendas para invadir em Mato Grosso. Segundo o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), as propriedades pertencem à União, mas estão ilegalmente na posse de empresas ou de ruralistas.
Na semana passada, os sem-terra invadiram 2 das 152 áreas alegando que seguiam a proposta de reforma agrária do governo federal, pois o ministro Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) prometeu fazer assentamentos em terras da União.
As 152 propriedades somam 3,4 milhões de hectares. Segundo o Incra, que pretende retomar as áreas na Justiça, nas terras podem ser assentadas até 100 mil famílias, ou seja, 40 mil a mais do que a meta fixada para a reforma agrária em todo o país neste ano.
O ex-defensor público José Orlando Muraro-Silva, 46, foi quem entregou a lista das fazendas, consideradas terras da União pelo Incra, a MST, CPT (Comissão Pastoral da Terra), MTA (Movimento dos Trabalhadores Rurais Acampados e Assentados) e Fetagri (Federação dos Trabalhadores na Agricultura).
Muraro-Silva conseguiu os dados a partir de informações enviadas em 1997 pelo Incra ao MPF (Ministério Público Federal).
A pedido do procurador da República Pedro Taques, o ex-defensor analisou os dados, comparou com as informações de áreas já retomadas pela União e chegou aos 3,4 milhões de hectares.
Um dos líderes nacionais do MST, Egídeo Bruneto, disse não acreditar que outros Estados, além de Mato Grosso, Amazonas e Pará, tenham muitas áreas da União para reforma agrária.
As invasões de terras que podem ser da União, porém, já começaram. Há uma semana, 300 sem-terra invadiram uma área no Paraná, e no dia 15, cerca de 3.000 invadiram uma fazenda do grupo Grendene em Mato Grosso. (HUDSON CORRÊA)


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