DA ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

A Executiva Nacional do PSB reuniu-se ontem em Brasília para assinar uma moção de apoio ao ministro Roberto Amaral (Ciência e Tecnologia), cuja permanência no cargo vinha sendo colocada em dúvida no próprio partido.
O encontro foi organizado pelo governador de Alagoas, Ronaldo Lessa, numa tentativa de salvar o partido, que sofre um processo de esvaziamento, principalmente após perder o governo do Rio.
O PSB passa por disputas internas. Parte defende o afastamento do presidente, Miguel Arraes, ou sua nomeação como presidente de honra, o que o afastaria das decisões mais táticas. Arraes está há cerca de dez anos na presidência.
Arraes e Lessa resolveram dar uma mostra de apoio ao ministro, apesar das divergências entre eles. "É uma prova de que o partido está unido. O resto é boato", disse Lessa, que evitou dizer se era candidato à sucessão de Arraes.
A estratégia é apresentar o partido unido para não perder espaço para outras siglas no governo Lula, como o PMDB. O ministro, em viagem, não foi ao encontro.
A campanha nacional de filiação ao PT -cujo slogan é "Coloque a estrela no lugar certo: no coração de um amigo"- tem causado desconforto no PSB cearense e é a principal causa do esvaziamento do partido. É que os amigos, no caso, são militantes e lideranças históricas do PSB.
A cerimônia de filiação deles ao PT será amanhã, em Fortaleza, com a presença do presidente nacional do partido, José Genoino. Entre as baixas, está o expoente histórico do PSB Eudoro Santana -nomeado por Lula para a presidência do Dnocs-, além de um prefeito e vereadores. Santana estima em 30 a 40 os neopetistas.
"É assédio com quem apoiou historicamente Lula", acusa Sergio Novais, presidente do PSB do Ceará. O PT cearense confirma as adesões do PSB, mas as atribui a disputas internas no partido.


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