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ELEIÇÕES 2006 / ESTADOS
Pefelista prega fim de disputa com o PT
Favorito na disputa ao Senado por Minas, Eliseu Resende diz temer pela governabilidade do país com reeleição de Lula
Para candidato, que acha
que PFL não deve romper
com PSDB após eleições,
seu partido deve defender
Aécio ao Planalto em 2010
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO
HORIZONTE
Líder na disputa ao Senado
por Minas, guindado pelo governador Aécio Neves (PSDB),
o deputado federal Eliseu Resende (PFL), 77, disse temer
pela governabilidade do país se
o presidente Lula for reeleito.
Ele diz que trabalhará, se eleito,
para que a disputa com o PT
termine na eleição.
O pefelista, que exclui o PT
mineiro dos escândalos nacionais, quer demover o PFL da intenção de romper a aliança de
12 anos com o PSDB e defende
que o partido abrace o projeto
presidencial Aécio-2010. Leia a
seguir trechos da entrevista.
FOLHA - Na reta final, o Datafolha
mostra a liderança da sua candidatura contra Newton Cardoso
(PMDB). Demorou a crescer?
ELISEU RESENDE - Não. Saí candidato muito tarde, em fins de julho. O Newton saiu mais cedo.
O eleitor teve que me conhecer
primeiro. São três fatores de
crescimento. Sem dúvida, o
principal é o apoio do Aécio. O
segundo é a estabilização do
meu adversário, e o terceiro se
prende às minhas propostas, à
minha história de trabalho.
FOLHA - Em muitos programas do
senhor na TV, Aécio é o principal personagem. É crucial?
ELISEU - Eu precisava estar colado no governador, era essencial, sim, para o povo entender
que o senador tem que estar
sintonizado com o governador.
FOLHA - Sintonia para também levar ao Senado o sentimento da política de Minas, digamos assim, de fazer de Aécio presidente em 2010?
ELISEU - Esse projeto do Aécio
nós temos de tocar para a frente, projeta Minas para o Brasil.
FOLHA - Mas isso não entra em colisão com o que lideranças do PFL declararam, que, se Geraldo Alckmin
não se eleger, possivelmente o PFL
vai se separar do PSDB em 2010?
ELISEU - Serei um senador de
Minas que irá atuar na direção
contrária a isso. Farei esforços
no sentido de que o PFL convirja para apoiar Aécio em seu
projeto futuro de presidente.
FOLHA - Coligado ao PT, Newton
faz distinção entre o PT corrupto e o
PT honesto. Vê diferença?
ELISEU - Do ponto de vista de
corrupção, nunca vi nada que
afetasse a lisura do PT mineiro.
Ao contrário, são chefes políticos de alta credibilidade.
FOLHA - Se reeleito Lula, o clima no
Congresso seria uma extensão de
2005 e 2006?
ELISEU - Temo muito a ingovernabilidade por tudo isso. Minha posição no Senado será trabalhar, com muitas dificuldades, para que as coisas se aliviem e o Brasil possa continuar
sua trajetória de progresso.
FOLHA - O sr. defende que as disputas se encerrem na campanha?
ELISEU - Defendo. Agora, a gente não pode dizer o que vai
acontecer. Se esses escândalos
continuarem pipocando, não
sabemos onde vamos chegar.
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