São Paulo, segunda-feira, 25 de setembro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / ESTADOS

Pefelista prega fim de disputa com o PT

Favorito na disputa ao Senado por Minas, Eliseu Resende diz temer pela governabilidade do país com reeleição de Lula

Para candidato, que acha que PFL não deve romper com PSDB após eleições, seu partido deve defender Aécio ao Planalto em 2010

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Líder na disputa ao Senado por Minas, guindado pelo governador Aécio Neves (PSDB), o deputado federal Eliseu Resende (PFL), 77, disse temer pela governabilidade do país se o presidente Lula for reeleito. Ele diz que trabalhará, se eleito, para que a disputa com o PT termine na eleição. O pefelista, que exclui o PT mineiro dos escândalos nacionais, quer demover o PFL da intenção de romper a aliança de 12 anos com o PSDB e defende que o partido abrace o projeto presidencial Aécio-2010. Leia a seguir trechos da entrevista.  

FOLHA - Na reta final, o Datafolha mostra a liderança da sua candidatura contra Newton Cardoso (PMDB). Demorou a crescer?
ELISEU RESENDE
- Não. Saí candidato muito tarde, em fins de julho. O Newton saiu mais cedo. O eleitor teve que me conhecer primeiro. São três fatores de crescimento. Sem dúvida, o principal é o apoio do Aécio. O segundo é a estabilização do meu adversário, e o terceiro se prende às minhas propostas, à minha história de trabalho.

FOLHA - Em muitos programas do senhor na TV, Aécio é o principal personagem. É crucial?
ELISEU
- Eu precisava estar colado no governador, era essencial, sim, para o povo entender que o senador tem que estar sintonizado com o governador.

FOLHA - Sintonia para também levar ao Senado o sentimento da política de Minas, digamos assim, de fazer de Aécio presidente em 2010?
ELISEU
- Esse projeto do Aécio nós temos de tocar para a frente, projeta Minas para o Brasil.

FOLHA - Mas isso não entra em colisão com o que lideranças do PFL declararam, que, se Geraldo Alckmin não se eleger, possivelmente o PFL vai se separar do PSDB em 2010?
ELISEU
- Serei um senador de Minas que irá atuar na direção contrária a isso. Farei esforços no sentido de que o PFL convirja para apoiar Aécio em seu projeto futuro de presidente.

FOLHA - Coligado ao PT, Newton faz distinção entre o PT corrupto e o PT honesto. Vê diferença?
ELISEU
- Do ponto de vista de corrupção, nunca vi nada que afetasse a lisura do PT mineiro. Ao contrário, são chefes políticos de alta credibilidade.

FOLHA - Se reeleito Lula, o clima no Congresso seria uma extensão de 2005 e 2006?
ELISEU
- Temo muito a ingovernabilidade por tudo isso. Minha posição no Senado será trabalhar, com muitas dificuldades, para que as coisas se aliviem e o Brasil possa continuar sua trajetória de progresso.

FOLHA - O sr. defende que as disputas se encerrem na campanha?
ELISEU
- Defendo. Agora, a gente não pode dizer o que vai acontecer. Se esses escândalos continuarem pipocando, não sabemos onde vamos chegar.


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