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análise
Jogo só vai ser decidido em Genebra
CLÓVIS ROSSI
COLUNISTA DA FOLHA
Não há reunião de chefes de Estado/governo nos
últimos muitos meses que
não mencione a Rodada
Doha, a mais recente e
mais ambiciosa ronda de
liberalização comercial,
lançada em 2001 na capital do Qatar e virtualmente estancada desde então.
A assembléia-geral das
Nações Unidas, em curso
em Nova York, é uma extraordinária ocasião para
reuniões entre chefes de
governo. Logo, é também
uma extraordinária ocasião para falar de Doha.
Mas que ninguém se iluda: nenhuma negociação
se dará em Nova York e
nada do que se diga na cidade tem real importância
para definir Doha. O processo está concentrado em
Genebra, o quartel-general da Organização Mundial do Comércio, desde
que fracassou em Potsdam
(Alemanha) a tentativa do
G4 (Brasil, EUA, União
Européia e Índia) de acelerar a negociação.
Agora, há papéis sobre a
mesa, tanto sobre agricultura como bens industriais e serviços, os temas
que definem se haverá ou
não acordo e qual a ambição deste. E a mais recente
manifestação dos EUA,
aceitando a redução dos
subsídios internos a seus
agricultores para algo entre US$ 12 bilhões e US$ 16
bilhões, pôs a bola no campo do Brasil e do G20, forçados a aceitar ou recusar
a redução de suas tarifas
industriais. O jogo é esse.
O resto é conversa fiada.
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