São Paulo, terça-feira, 25 de setembro de 2007

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análise

Jogo só vai ser decidido em Genebra

CLÓVIS ROSSI
COLUNISTA DA FOLHA

Não há reunião de chefes de Estado/governo nos últimos muitos meses que não mencione a Rodada Doha, a mais recente e mais ambiciosa ronda de liberalização comercial, lançada em 2001 na capital do Qatar e virtualmente estancada desde então.
A assembléia-geral das Nações Unidas, em curso em Nova York, é uma extraordinária ocasião para reuniões entre chefes de governo. Logo, é também uma extraordinária ocasião para falar de Doha.
Mas que ninguém se iluda: nenhuma negociação se dará em Nova York e nada do que se diga na cidade tem real importância para definir Doha. O processo está concentrado em Genebra, o quartel-general da Organização Mundial do Comércio, desde que fracassou em Potsdam (Alemanha) a tentativa do G4 (Brasil, EUA, União Européia e Índia) de acelerar a negociação.
Agora, há papéis sobre a mesa, tanto sobre agricultura como bens industriais e serviços, os temas que definem se haverá ou não acordo e qual a ambição deste. E a mais recente manifestação dos EUA, aceitando a redução dos subsídios internos a seus agricultores para algo entre US$ 12 bilhões e US$ 16 bilhões, pôs a bola no campo do Brasil e do G20, forçados a aceitar ou recusar a redução de suas tarifas industriais. O jogo é esse. O resto é conversa fiada.


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