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Dutra, na BR, defende aliados na "máquina"
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Ao tomar posse ontem, o presidente da BR Distribuidora,
José Eduardo Dutra (PT-SE),
disse não ver "nenhum problema" que, em um "governo de
coalizão", os partidos políticos
da base aliada estejam "representados na máquina".
Segundo ele, as indicações
políticas não são recentes na
companhia. "Desde que a Petrobras existe, sempre a presidência e a diretoria têm o respaldo do governo. E os governos têm apoio de partidos políticos", afirmou Dutra, ex-senador que tentou sem sucesso
voltar ao cargo em 2006.
Na visão dele, os partidos
têm influência na escolha da diretoria da companhia: "A Petrobras é uma empresa estatal e
sempre a decisão sobre os dirigentes foi objeto de ações por
parte de partidos políticos".
Presidente da Petrobras entre 2003 e 2005, Dutra rejeitou
a possibilidade de aceitar na diretoria da BR alguém que não
tenha um perfil técnico, ainda
que veja as indicações políticas
com naturalidade. "É um governo de coalizão, formado por
vários partidos. Não vejo nenhum problema que esses partidos sejam representados na
máquina do governo." O posto
de diretor-financeiro está vago
e será acumulado por ele.
Dutra disse que as indicações
devem se enquadrar nas normas e nos estatutos das empresas. "Eu acho que tem de se ver
a qualidade e a capacidade das
pessoas indicadas", disse.
Ele se queixou das críticas
que ele e o atual presidente da
Petrobras, José Sérgio Gabrielli, receberam em 2003, quando foram indicados pelo PT para assumir a presidência e a diretoria financeira da estatal,
respectivamente. "Diziam que
eu era um sindicalista e um político que iria levar a empresa à
bancarrota, mas o resultado foi
exatamente o contrário", disse.
Dutra regressa ao sistema
Petrobras por indicação do PT.
Ele assume o posto deixado por
Maria das Graças Foster -um
nome de confiança da ministra
Dilma Rousseff (Casa Civil)-,
que foi indicada para a diretoria
de Gás e Energia da Petrobras.
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