São Paulo, terça-feira, 25 de setembro de 2007

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Dutra, na BR, defende aliados na "máquina"

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Ao tomar posse ontem, o presidente da BR Distribuidora, José Eduardo Dutra (PT-SE), disse não ver "nenhum problema" que, em um "governo de coalizão", os partidos políticos da base aliada estejam "representados na máquina".
Segundo ele, as indicações políticas não são recentes na companhia. "Desde que a Petrobras existe, sempre a presidência e a diretoria têm o respaldo do governo. E os governos têm apoio de partidos políticos", afirmou Dutra, ex-senador que tentou sem sucesso voltar ao cargo em 2006.
Na visão dele, os partidos têm influência na escolha da diretoria da companhia: "A Petrobras é uma empresa estatal e sempre a decisão sobre os dirigentes foi objeto de ações por parte de partidos políticos".
Presidente da Petrobras entre 2003 e 2005, Dutra rejeitou a possibilidade de aceitar na diretoria da BR alguém que não tenha um perfil técnico, ainda que veja as indicações políticas com naturalidade. "É um governo de coalizão, formado por vários partidos. Não vejo nenhum problema que esses partidos sejam representados na máquina do governo." O posto de diretor-financeiro está vago e será acumulado por ele.
Dutra disse que as indicações devem se enquadrar nas normas e nos estatutos das empresas. "Eu acho que tem de se ver a qualidade e a capacidade das pessoas indicadas", disse.
Ele se queixou das críticas que ele e o atual presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, receberam em 2003, quando foram indicados pelo PT para assumir a presidência e a diretoria financeira da estatal, respectivamente. "Diziam que eu era um sindicalista e um político que iria levar a empresa à bancarrota, mas o resultado foi exatamente o contrário", disse.
Dutra regressa ao sistema Petrobras por indicação do PT. Ele assume o posto deixado por Maria das Graças Foster -um nome de confiança da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil)-, que foi indicada para a diretoria de Gás e Energia da Petrobras.


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