São Paulo, quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ex-prefeita afirma ter ainda o sonho de ser presidente

Para 2010, porém, ela diz que Dilma é o nome do PT

EM SÃO PAULO
DA REPORTAGEM LOCAL

Marta Suplicy voltou a dizer que a vaga de candidata petista à Presidência, em 2010, é da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), mas, em outro momento, afirmou que nenhum político pode descartar o sonho de ocupar o cargo. Ela evitou criticar de forma contundente o governador José Serra (PSDB), mas voltou a explorar o acirramento da disputa entre os dois principais adversários. "Está muito deteriorada essa relação", comentou, dizendo que, apesar de considerar difícil, espera o apoio daquele que não for ao segundo turno.

ELEIÇÃO 2010
"Há um apoio muito formal, explícito, do presidente [a Dilma]. Ela está muito preparada, participa de todas as grandes decisões do governo."
Apesar disso, quando questionada, Marta afirmou que nenhum político pode descartar o "sonho" de chegar à Presidência. Em outro momento, afirmou que o seu vice, Aldo Rebelo (PC do B), tem todas as condições de assumir a prefeitura. "É um deputado com grande prestígio, grande experiência e pode assumir a Prefeitura de São Paulo, o governo do Estado, a Presidência da República, como já ocupou [de forma interina, quando era presidente da Câmara dos Deputados]."

ALCKMIN X KASSAB
"Aceitaria o apoio do Alckmin, do Kassab, de todo mundo, gente. Eu acho que os eleitores de todos esses partidos são eleitores vitais para eu poder ganhar a eleição no segundo turno", disse, em resposta ao questionamento sobre se aceitaria o apoio de Orestes Quércia (PMDB), hoje aliado a Kassab. "Acho que está muito deteriorada essa relação [entre Alckmin e Kassab] e espero ter o apoio de quem não vá [ao segundo turno]. Ou talvez os eleitores de quem não vá. Porque é muito difícil qualquer um dos dois se posicionar num segundo turno", emendou.
Sobre Paulo Maluf (PP), também manifestou interesse do apoio, mas só de seus eleitores. "Minha história de vida não é compatível com a dele."

TETO DO PT
Diante do questionamento sobre se o PT não teria atingido o "teto" de intenções de voto em São Paulo, Marta argumentou que as pessoas estão prestando atenção nas propostas dos candidatos. "Eu acho que o que estamos propondo é tão concreto e tão bom que (...) o povo não é bobo, o povo percebe isso", afirmou. Sobre sua rejeição (a segunda maior, segundo o Datafolha, com 34%), mais uma vez se ampara em Lula.
"Acredito que as pessoas vão juntando as coisas. Vão juntando que o que o Lula propõe nacionalmente é o que nós fizemos em São Paulo. E essa parceria vai além de um partido que está em São Paulo e o partido do presidente que comanda a nação. É uma afinidade de propostas muito grande", afirmou. Segundo ela, sua campanha levará essa "percepção" às pessoas.

INJUSTIÇA
Marta afirmou que se sentiu "injustiçada" em 2004, quando foi derrotada em sua tentativa de ser reeleita. E disse que isso representou sua maior frustração na prefeitura. "Ah, senti muito, senti [injustiçada]. Tinha certeza de que havia feito um grande governo. (...) Não adianta você fazer tanta coisa se você não consegue comunicar também o que você fez." A ex-prefeita afirma que perdeu porque "desagradou" muita gente. "Eu realmente desagradei muito. Fiz muita coisa ao mesmo tempo. Isso eu acho que hoje eu teria [dado] um tempero diferente."
Ela se referia principalmente à questão das taxas que criou. Ao novamente fazer uma mea-culpa sobre isso, apontou para a oposição. "Isso foi bem explorado pela oposição, erramos a mão também, mas foi muito bem explorado", afirmou, sobre a taxa do lixo.

JOSÉ SERRA
Marta evitou criticar de forma contundente o governo de José Serra (PSDB). "Ainda é cedo, não tenho condições de avaliar." Mas lembrou que ele deixou a prefeitura "pela metade", para concorrer ao governo do Estado, em 2006.


Texto Anterior: Petista aponta descontrole na terceirização da saúde; Promotoria a acusa do mesmo erro
Próximo Texto: Alugar bicicleta em SP é "loucura", afirma petista
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.