DO ENVIADO ESPECIAL A MADRI

A Espanha será o primeiro país fora do G-7, o clube dos sete mais ricos do mundo, a contar com brasilianistas, especialistas em Brasil, a serem formados, em nível de mestrado, pela mitológica Universidade de Salamanca.
Amanhã, Fernando Henrique Cardoso aproveitará sua estada em Madri para participar da cerimônia de assinatura do convênio para a criação do Centro de Estudos Brasileiros em Salamanca.
A idéia é enviar cinco professores universitários brasileiros, já em 2001, para dar cursos de direito, história, ciências sociais, economia e literatura e língua.
Hoje, só países como Estados Unidos, Reino Unido e França têm especialistas em Brasil.
O plano do curso será elaborado pelo historiador Carlos Guilherme Motta, da USP e autor de um livro sobre a história da Folha.
Se tudo der certo, a aula inaugural será dada no dia 8 de fevereiro, pelos ministros da Educação dos dois países, Paulo Renato e Pilar del Castillo. Justificação para a criação do curso, nas palavras do embaixador brasileiro Carlos Garcia: "Houve um crescimento muito grande da presença espanhola na área econômica e financeira, que no entanto não foi acompanhado pelo avanço do conhecimento sobre o Brasil".
O embaixador sentiu na carne a influência do desconhecimento: no início de 99, quando ocorreu o colapso do real, a Bolsa espanhola sofreu uma queda de 14% em um único dia. Explicação: as ações de empresas que têm fortes investimentos no Brasil (Telefônica, Endesa, Iberdrola e os bancos Santander e BBVA) respondem por 80% dos valores negociados na Bolsa espanhola. (CLÓVIS ROSSI)



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