DA SUCURSAL DO RIO

O PDT carioca negou anteontem à noite o apoio ao petebista Cesar Maia. A decisão é um golpe na candidatura do ex-prefeito à Prefeitura do Rio. Ele vinha insinuando contar com o apoio de setores do PT e do PDT.
Com isso, o PDT segue os passos do PT, não se engajando no segundo turno da campanha. No PDT, a corrente que defendia que o partido entrasse na campanha de Maia foi vencida pelo grupo favorável à neutralidade. A Folha apurou que não deve haver um apoio "por baixo dos panos".
Na reunião, Brizola revelou que chegou a pensar em um apoio explícito ao petebista, mas disse ter ficado mal impressionado com as explicações de Conde e de Maia sobre as acusações recíprocas de enriquecimento ilícito e peculato.
Em nota oficial, o Diretório Regional criticou a tentativa de reeleição de Luiz Paulo Conde (PFL), classificando-a como "a candidatura de direita", mas não endossou a de Maia.
Ao rejeitar o nome de Conde, contudo, foi feita uma opção implícita pela candidatura de Maia.
Segundo a nota, Conde "representa as conveniências do sistema de dominação implantado sobre o nosso país e que serve ao triunvirato suspeito formado pelo atual governador (Anthony Garotinho), por Sérgio Cabral (presidente da Assembléia Legislativa) e pelo próprio candidato, com o objetivo de lotear o poder no Rio de Janeiro".
É uma estocada em Garotinho, que disputa o controle do PDT com o grupo do presidente do partido, Leonel Brizola.
"Para nós a eleição se encerrou no dia 4 de outubro", declarou o deputado estadual Chico Alencar (PT), se referindo à reunião que optou pelo não envolvimento do partido no segundo turno.
Ele disse que o PT carioca está empenhado no processo de reconstrução do partido e que a decisão de não apoiar nenhum dos dois candidatos por considerá-los iguais não será revista.
No caso do PT, Maia chegou a citar os nomes da vice-governadora Benedita da Silva -que disputou e perdeu a eleição para a prefeitura carioca- e do deputado federal Jorge Bittar entre os simpatizantes de sua candidatura. Na semana passada, Bittar disse que há uma inclinação das bases do PT em apoiar Maia. Benedita foi favorável à liberação da militância e à tomada de posição do PT, mas foi derrotada internamente. Nenhum dos dois manifestou apoio ao petebista.



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