São Paulo, quarta-feira, 25 de outubro de 2000

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Conde credita erros ao cansaço

ANTONIO CARLOS DE FARIA
DA SUCURSAL DO RIO

O prefeito do Rio, Luiz Paulo Conde (PFL), 66, planeja uma viagem para a Alemanha após a eleição para descansar do desgaste da campanha eleitoral. Ele assume que está cansado e atribui a isso os erros cometidos durante o último debate contra Cesar Maia (PFL).
Os erros do prefeito causaram constrangimento em pessoas do seu comitê de campanha, que passaram a criticar os assessores de comunicação pelo despreparo manifestado na rádio CBN, anteontem.
É apontado como erro de estratégia o fato de Conde, em vez de ter se preparado para o debate, haver passado o domingo em comícios. Como reação, os assessores querem que o prefeito dedique toda a próxima sexta-feira ao novo confronto que terá à noite contra Maia, na Rede Globo.
A viagem do prefeito será em companhia da mulher, Rizza, que é artista plástica e fará na Alemanha uma exposição de gravuras. "Se eu não viajar, vou continuar meu trabalho na prefeitura, mas diminuindo o ritmo", afirmou.
Conde atribui a si mesmo a autoria dos principais erros do debate. Um deles foi fazer uma pergunta sobre a questão da liberação da construção de apart-hotéis, lei que propôs no ano passado e que nesta campanha tem sido um ponto de constante crítica de seus adversários.
"Não era uma boa pergunta. O que eu queria mesmo era perguntar a opinião dele sobre os vazios urbanos", afirmou, dizendo que se atrapalhou com suas anotações quando formulou a questão.
Ao se atrapalhar, ele preferiu fazer a primeira pergunta que encontrou, o que deu margem a um ataque de Maia, que disse que a lei diminui a qualidade de vida na cidade, ao promover a especulação imobiliária.
A intensificação da campanha de rua do prefeito foi definida na semana passada como maneira de tentar manter a dianteira diante do crescimento que Maia vinha tendo nas pesquisas de intenção de voto. O resultado foi o excesso de compromissos do final de semana. Na noite de domingo, o prefeito estava rouco e seus assessores recomendaram à sua mulher que lhe desse cristais de gengibre, que teriam bons efeitos para a garganta.
"Eu tenho um defeito, sou um prognata", disse Conde, explicando porque tem uma dicção ruim, característica que teria piorado pelo cansaço. Prognata é a pessoa que tem o queixo alongado.
Por causa da dicção ruim, ele acredita que foi mal entendido quando teria declarado na saída do debate "eu não minto mesmo". Ele nega que tenha falado "eu minto menos". Essa última declaração foi gravada pela rádio CBN.


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