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Em nota, ANJ diz 'lamentar'
DA REDAÇÃO
Leia a nota da ANJ.
"Liberdade ameaçada
A Associação Nacional de Jornais
lamenta profundamente, e tem certeza de espelhar a reação da opinião
pública nacional, a determinação judicial de que um oficial de Justiça,
acompanhado de um advogado a
serviço da Coligação Frente Brasília
Solidária que apóia a reeleição do
atual governador do Distrito Federal,
Joaquim Roriz, exercendo as funções
de censores, acompanhassem pessoalmente a elaboração da edição de
ontem do jornal "Correio Braziliense".
O objetivo -garantir a obediência
à determinação judicial que proibira
a transcrição de fitas que poderiam
comprometer o governador e candidato Joaquim Roriz por conta apenas
de uma presunção que haveria desobediência a essa determinação judicial- tem características ameaçadoras para a liberdade de imprensa. Esta não é uma liberdade absoluta: não
inclui, por exemplo, o direito à calúnia, injúria ou difamação, e a lei prevê
indenização para o dano moral que
uma informação aética possa provocar.
Os associados da ANJ têm o compromisso de servir à sociedade respeitando essas limitações e não se
consideram acima de lei em quaisquer circunstâncias.
Os jornais associados da ANJ cumprem rigorosamente os preceitos do
Código de Ética da entidade que estabelece, dentre outros compromissos,
a apuração e a publicação da verdade
dos fatos de interesse público, não
admitindo que sobre eles prevaleçam
quaisquer interesses.
O "Correio Braziliense" teve negado, de forma acintosa, o direito elementar de agir de acordo com a sua
visão do interesse público -pedra
basilar da liberdade de imprensa- e
de assumir os riscos que a isso pudessem ser inerentes, quando a questão
envolvendo o candidato Joaquim Roriz fosse julgada em última instância.
A sociedade foi agredida no seu direito de ser informada. A presença física
do censor numa redação de jornal
pertence a um passado não muito
distante que nenhum democrata deseja ver renascido no país. Entristece
profundamente a ANJ -que certamente não está sozinha nessa atitude- ver a Justiça prestando-se ao papel de censora."
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