São Paulo, quinta-feira, 25 de outubro de 2007

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BRASIL EM DEBATE

Ingresso de pobres na política é avanço, dizem especialistas

MICHELE OLIVEIRA
ENVIADA ESPECIAL A CAXAMBU (MG)

Uma das principais conquistas da democratização recente do Brasil foi "o ingresso definitivo" da população mais pobre na vida política. A opinião é do cientista político Fabiano Santos (Iuperj) e do sociólogo Brasilio Sallum Jr. (USP).
Eles participam, em Caxambu (MG), do 31º encontro da Anpocs (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais), congresso que é anual.
Enquanto Sallum Jr. se mostrou mais pessimista, "saturado" com o cenário atual, de escândalos políticos, Santos defendeu: "Avançamos no que há de bom e no que há de ruim. Não podemos ver só o lado ruim".
Para o professor do Iuperj, o processo de democracia está consolidado. Santos também destaca a redução da pobreza com a participação do Estado.
Sallum Jr. vincula "o ingresso definitivo das massas na vida política brasileira" às políticas sociais, especialmente as de transferência de renda. Citando os programas sociais dos governo Fernando Henrique Cardoso e Lula (Bolsa Trabalho, Bolsa Escola e Bolsa Família), diz, no entanto, que esse ingresso "é baseado em técnicas de manipulação populista".
Carlos Schmidt Arturi (UFRGS), que também participou do debate, mostrou preocupação com a qualidade da democracia brasileira.
Citando a corrupção e o desalento dos jovens com a política, perguntou: "Até quando o descrédito sobre as instituições não vai se rebater sobre o regime político?".


A jornalista MICHELE OLIVEIRA viajou a convite da Anpocs

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